Desde 1915, quando Albert Einstein apresentou a Teoria da Relatividade, os cientistas suam os aventais para confirmá-la. Às vezes, no entanto, a comprovação vem por acaso. No verão de 1974, o orientador do jovem astrônomo americano Russel Hulse pediu que ele fosse a Arecibo, Porto Rico, para rastrear o céu em busca de pulsares – estrelas que emitem pulsos regulares de ondas eletromagnéticas. No dia 2 de julho aconteceu o milagre. Hulse descobriu não um, mas dois astros do tipo, girando um em torno do outro numa velocidade incrível. Einstein dizia – mas nunca havia sido possível verificar – que, em casos como esse, as estrelas perdem parte de sua gravidade para o espaço na forma de ondas de energia gravitacional. Um dos efeitos do vazamento seria a mudança da órbita do sistema. Em 1978, Hulse voltou a observar os seus pulsares e percebeu que eles estavam mais velozes e mais perto um do outro, como Einstein previra. A demonstração da existência da energia gravitacional valeu a Hulse (na foto) o Nobel de Física em 1993.