Desconto de até 39% OFF na assinatura digital
Continua após publicidade

Abelhas e borboletas estão em declínio no Brasil, mostra levantamento

O levantamento consultou 45 estudos e 156 pesquisadores. A maioria das tendências observadas, entre insetos terrestres, aponta para uma redução.

Por Luisa Costa
24 ago 2022, 08h14

Insetos geralmente não são protagonistas de campanhas de conservação ambiental – e você pode achá-los feios e nojentos. Mas eles também precisam ser protegidos: são parte importante dos ecossistemas e polinizadores exclusivos de muitas culturas agrícolas. E estão em declínio, aqui no Brasil.

Foi o que observou um levantamento feito por pesquisadores da Unicamp (SP) e das universidades federais de São Carlos (SP) e do Rio Grande do Sul. Eles reuniram 75 casos sobre abundância e biodiversidade de insetos, registrados anteriormente por outros cientistas. E descobriram que a maioria aponta para uma redução desses animais.

A lista de insetos do levantamento inclui aquáticos (como as libélulas) e terrestres (como abelhas, vespas, formigas, borboletas e besouros). As informações foram obtidas em 45 estudos – a maioria na Mata Atlântica, nenhum no Pantanal e na Caatinga – e a partir de conversas com outros 156 pesquisadores, que responderam questionários e contribuíram com suas experiências.

Redução dos insetos

Continua após a publicidade

Houve um declínio no número e na diversidade de insetos terrestres, mas não de insetos aquáticos – como era esperado. O problema foi a disponibilidade de informação. “Muitos dados que obtivemos eram de locais degradados já no início dos estudos”, explicou o pesquisador Adriano Melo à Super. “Outros tratavam de pouco tempo de estudo (4 a 5 anos) ou de locais bem preservados, onde não se espera declínio acentuado.”

E o motivo do declínio? As populações de insetos sofrem principalmente com a remoção de vegetação nativas para a formação de pastagens e o plantio de culturas agrícolas, além do uso indiscriminado de pesticidas. São afetados até pela iluminação de grandes centros urbanos, que atrai os bichinhos.

Desafios do levantamento

Para avaliar com precisão a biodiversidade e abundância de insetos, os cientistas precisam de estudos de longo prazo – que acompanhem populações por décadas e possam identificar melhor suas flutuações do que estudos curtos.

Continua após a publicidade

As tendências incluídas no levantamento foram registradas ao longo de 11 anos, em média, para insetos aquáticos e 22 anos para insetos terrestres. Parece bastante, mas há estudos nos Estados Unidos e na Europa que passam de 50 anos de monitoramento, segundo o pesquisador André Freitas. 

“É um problema global, embora mais acentuado em países com baixo investimento em pesquisa. O problema é a falta de financiamento de estudos de longo prazo”, explica Adriano.

O estudo foi publicado nesta quarta (24) no periódico Biology Letters.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.