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Agência Espacial Europeia lança nave para estudar o Sol de perto

A Solar Orbiter vai fotografar os polos do Sol pela primeira vez. E isso pode revelar alguns segredos de nossa estrela.

Por Bruno Carbinatto
10 fev 2020, 17h28

A Agência Espacial Europeia (ESA) concluiu com sucesso o lançamento de sua sonda Solar Orbiter (SolO) na Flórida, Estados Unidos, na noite do último domingo (9). O equipamento foi enviado ao espaço pelo foguete Atlas 5 e levará dois anos para finalmente entrar na órbita do Sol, onde começará a fotografá-lo e, possivelmente, revelar alguns segredos obscuros de nossa estrela.

A missão também conta com a participação da Nasa e tem custo avaliado em 1,5 bilhões de euros. Nos próximos anos, a sonda vai estudar o Sol de perto, incluindo seus polos – que nunca foram observados diretamente por astrônomos e podem esconder algumas respostas importantes sobre o campo magnético e o vento solares. Ao todo, a missão deve durar sete anos.

A Solar Orbiter conta com dez equipamentos diversos, como câmeras e sensores. Periodicamente, a sonda deverá ficar a apenas 42 milhões de quilômetros da estrela – em comparação, Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, está a cerca de 58 milhões de quilômetros. Para aguentar o calor intenso desta distância pequena, a nave conta com um escudo de titânio revestido com fosfato de cálcio que resiste a temperaturas superiores a 500º C.

Os seis sensores na nave vão recolher informações sobre o campo magnético do Sol e sobre o vento solar e suas partículas através do contato direto com a nave. Já os outros quatro equipamentos foram desenvolvidos para coletar informações à distâncias: são diversas câmeras capazes de fotografar e mapear o Sol, sua coroa (camada mais externa da atmosfera) e seu campo magnético em diferentes comprimentos de onda.

Estrela enigmática

Apesar de relativamente próximo, o Sol continua misterioso para nós. Ainda não entendemos, por exemplo, como surgem e como se aceleram os ventos solares; por que o ciclo de atividade solar dura aproximadamente 11 anos; nem por que a coroa solar é bem mais quente do que sua superfície (a temperatura da coroa pode atingir 1,1 milhões de graus Celsius, enquanto a da superfície chega a “meros” 6 mil graus). A

Outro aspecto que ainda precisa ser melhor entendido são as chamadas erupções solares: quando, de repente, há uma explosão na superfície do Sol que libera altos níveis de radiação e partículas para o espaço. Quando chegam na Terra, essas partículas podem prejudicar as tecnologias de GPS, operações e lançamentos de naves espaciais e até as redes de energia e comunicações que usamos aqui. E o pior é que, pelo menos por enquanto, os cientistas não sabem como prever esses eventos do clima solar. O que significa que estamos constantemente despreparados para o evento. 

Outras missões

A nova missão veio na hora propícia: outros dois equipamentos também vem revelando muito sobre nosso Sol nos últimos meses.

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Outra sonda solar também está estudando Sol nesse momento: é a nave Parker, da Nasa, lançado em 2018. Ela chegará ainda mais perto da estrela do que a missão europeia, se aproximando cada vez mais até 2025 enquanto coleta grandes quantidades de dados. Mas a Parker, apesar de ter tirado fotos importantes do vento solar e de seu campo magnético, não vai ver seus polos – e por isso a SolO é única.

Aqui na Terra, o telescópio Solar Daniel K. Inouye (DKIST) vem fotografando o astro com qualidades sem precedentes, incluindo as melhores fotos da superfície solar já obtidas. O telescópio, que possui um espelho de quatro metros de altura e está localizado no vulcão Haleakalā na ilha havaiana de Maui, deve continuar a fazer observações detalhadas em breve.

(NSO/AURA/NSF/NASA)

As três iniciativas não foram planejadas em conjunto, mas, agora, as equipes responsáveis esperam poder compartilhar informações e cruzar dados para potencializar o entendimento do Sol em níveis inéditos.

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