Artur Louback Lopes
Uma companhia dinamarquesa acaba de desenvolver um produto capaz de evitar milhares de mortes. E não se trata de um remédio, mas de uma planta que muda de cor para indicar a presença de minas explosivas enterradas. Segundo a Cruz Vermelha, as minas já mataram ou mutilaram mais de 1 milhão de pessoas e continuam fazendo, anualmente, de 15 mil a 20 mil vítimas.
A planta é uma versão da Arabipopsis thaliana manipulada geneticamente para perceber a presença do gás expelido pelas minas, o dióxido de nitrogênio, após algumas semanas no solo. Ao sentir o gás, o gene modificado ativa a síntese de antocianinas (pigmento das plantas), dando às folhas verdes uma coloração avermelhada. Calcula-se que ainda existam cerca de 110 milhões de artefatos prontos para estourar em países como Angola, Moçambique, Camboja, China, Croácia e Bósnia.
Mas há ressalvas. “Não foram feitos ensaios em condições reais. O gás liberado pode não ser suficiente para ativar a planta”, diz Marcelo Menossi, do Departamento de Genética da Unicamp, após elogiar a experiência.