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As listras de Júpiter se movimentam – e talvez cientistas tenham descoberto o motivo

A aparência do planeta muda constantemente, e a culpa pode ser de seu campo magnético.

Por Leo Caparroz
23 Maio 2023, 19h36

As imagens de Júpiter deixam em evidência uma característica marcante do planeta: suas faixas e manchas. Diferente da Terra ou de Marte, Júpiter é um gigante gasoso, e suas listras também são formadas de gases que estão sempre se movendo.

O clima de Júpiter é bem diferente do da Terra. As nuvens do planeta são carregadas por ventos extraordinariamente fortes, que sopram em sentidos malucos. Perto do equador, os ventos vão para o leste; se mudar um pouco a latitude, seja para norte ou para sul, eles viram para o oeste; e se for um pouco mais próximos dos polos, voltam para o leste.

Esse é só o começo da meteorologia insana do planeta. A atividade por lá acontece em ciclos que podem mudar completamente a aparência dos cinturões.

Só que os cientistas não conseguiam explicar direito essas mudanças. Agora, um novo estudo pode ter fornecido uma resposta.

“A cada quatro ou cinco anos, as coisas mudam. As cores dos cinturões podem mudar e às vezes todo o padrão climático fica um pouco louco por um tempo, o que tem sido um mistério para a gente”, afirma Chris Jones, um dos pesquisadores do estudo. Veja a comparação entre imagens de 2001 e 2011.

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Imagens de um telescópio infravermelho terrestre, mostrando Júpiter com radiação de comprimento de onda de 5 mícrons.
(Arrate Antuñano/NASA/IRTF/NSFCam/SpeX/Montagem sobre reprodução)

A repaginada no visual de Júpiter está de alguma forma ligada a variações infravermelhas em uma camada baixa de sua superfície – isso já era conhecido. Com dados coletados pela missão Juno, da NASA, que orbita o planeta desde 2016, a equipe de pesquisa deduziu que essas variações podem, por sua vez, ser causadas por ondas produzidas pelo campo magnético, ainda mais para o interior do planeta.

A missão Juno durou mais do que o planejado inicialmente – o que foi excelente para os pesquisadores, já que puderam obter mais dados úteis de um período mais longo.

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Os cientistas rastrearam as ondas e oscilações seguindo um ponto específico do campo magnético, chamado Great Blue Spot. Esse ponto estava se movimentando para o leste, mas recentemente começou a se movimentar mais devagar, sinalizando uma possível mudança de direção. Os pesquisadores acreditam que isso terá influência nas variações infravermelhas, e consequentemente das manchas.

Segundo os pesquisadores, ainda existem dúvidas: como exatamente essa oscilação produz a variação infravermelha? Como esse movimento reflete a dinâmica complexa dos gases no planeta? Esses mistérios ainda precisam de resposta. Por ora, eles esperam que a pesquisa possa abrir uma janela para o interior profundo e oculto de Júpiter, assim como a sismologia faz para a Terra.

 

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