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As três idades que a ciência atribui ao Universo

As pistas cruciais foram encontradas nos meteoritos, nas estrelas e nas galáxias

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h50 - Publicado em 4 jul 2009, 22h00

O Universo tem mais de 15 bilhões de anos de idade, segundo a Astrofísica. Mas como se sabe disso?
O primeiro método para se fazer tal avaliação tem o nome de núcleocosmocronologia, que significa a medida do tempo cósmico pela análise dos núcleos atômicos. A técnica, simples, em princípio, é a mesma com que se determina a idade de uma múmia e se baseia no decaimento radioativo, ou na emissão de partículas, por átomos instáveis.
A diferença com a arqueologia é que esta emprega um átomo de vida curta, o carbono – 14 (numa certa quantidade desses átomos metade se transforma no estável carbono – 12 em apenas 6 000 anos, a sua chamada meia-vida). A núcleocosmocronologia exige átomos de meia-vida bem mais longa, como o tório-232 (13,9 bilhões de anos). E o Urânio (4,5 bilhões de ano). Os únicos fragmentos cósmicos que podemos analisar com um contador Geiger são os meteoritos que aqui aportam. O tório e o urânio indicam que eles têm 4,55 bilhões de anos, que será a idade do sistema solar: foi quando este nasceu que os meteoritos se solidificaram.

O Universo, é claro, tem de ser mais velho, mas é possível recuar ainda mais – para o momento em que nascemos os próprios átomos, inclusive o tório e o urânio. Para isto, alguns pesquisadores, como o americano David Schramm, partiram da teoria que explica a síntese dos núcleos atômicos nas estrelas. A teoria diz que a explosão de uma grande estrela produz, em média, 1,6 tório – 232 para cada urânio – 238. Ou seja, eles são criados na proporção de 1,6 para 1. É claro que essa proporção muda com o tempo, já que o urânio tem meia-vida mais curta e se desintegra mais rapidamente: assim, quando se verifica que hoje existem 4 tórios – 232 para cauda urânio – 238, pode-se avaliar o tempo decorrido desde a sua criação.
A resposta mais simples são 9 bilhões de anos. Isso no caso do de todas as supernovas que formaram o sistema solar terem explodido ao mesmo tempo. Se as explosões ocorreram várias ocasiões, ao longo do tempo, a resposta são 16 bilhões de anos. Isso dá uma idéia da idade da Via Láctea, mas pode-se retroceder ainda mais lançado mão do segundo método capaz de indicar a idade do Universo. Ele apela para as mais antigas estrelas da Galáxia, que se acham agrupadas ás dezenas de milhares nos aglomerados globulares, do tipo de 47 Tucanae ou de Omega Centauri. Num algomerado onde as estrelas com 80% da massa do Sol estão esgotando sua reserva de hidrogênio, seu principal combustível tem 20 bilhões de anos.

A equipe do americano Allan Sandage, entre outras, obteve idades de 14 a 20 bilhões de anos para os aglomerados globulares mais pobres em ferro. Estes seriam os limites para a idade da Galáxia. O terceiro método consiste em determinar há quanto tempo o Universo está se expandindo. Para isto, basta medir a velocidade com que as galáxias se afastam umas das outras, inverter o movimento e calcular quanto tempo elas levariam para cair umas sobre as outras. Os resultados se dividem em dois grupos. Os pesquisadores liderados por Sandage obtêm 50 quilômetros por segundo, e os liderados pelo francês Gerard de Vaucouleurs obtêm 100 quilômetros por segundo. Esse valor, é bom lembrar, vale para galáxias distantes entre si de 1 megaparsec (ou 3,26 milhões de anos-luz).

O primeiro valor significa que o Universo tem 20 bilhões de anos, e o segundo, 10 bilhões. Essa disparidade pode ser reduzida fazendo-se o balanço global dos três métodos. A nucleocosmocronologia e a evolução estelar dão 14 a 16 bilhões de anos para a Via Láctea. Como as galáxias se formaram menos de 1 bilhão de anos depois do Big Bang, a idade mínima do Universo seria 15 bilhões. Descartam-se os 10 bilhões dados por de Vaucouleurs porque o Universo não pode ser mais jovem que os objetos que ele contém. A idade máxima, por sua vez, é dada pelo limite encontrado por meio da rapidez de expansão cósmica. Para diminuir ainda mais a incerteza, a Astrofísica terá de trabalhar arduamente, fazendo melhores observações e elaborando teoria mais refinadas.

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