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Aviso aos adolescentes atrapalhados: seu cérebro não se tocou que você cresceu

Estirão de crescimento deixa o sistema motor confuso - e os meninos desengonçados

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 31 out 2016, 19h05 - Publicado em 20 Maio 2016, 17h15

A explosão dos hormônios faz a adolescência ser uma das fases mais confusas e estranhas do desenvolvimento humano. Para completar, o corpo parece desobedecer o dono – até andar em linha reta é difícil.

Meninos que ficaram altos da noite para o dia ficam especialmente destrambelhados. Agora a ciência descobriu o por quê: o cérebro deles demora para entender que braços e pernas mudaram de tamanho.

LEIA: Osso estica demais e provoca dor de crescimento

Um novo estudo da Universidade de Bologna, na Itália, acompanhou o crescimento de 88 meninos de 15 anos. Depois, eles separaram aqueles que passaram pelo estirão, crescendo mais de 3 cm em 3 meses, dos adolescentes que tiveram um aumento menor de altura.

Os dois grupos tiveram que andar por uma “passarela” com sensores nas pernas que analisavam a regularidade, a suavidade dos passos e a estabilidade dos movimentos dos garotos. Cada participante desfilou duas vezes. Na primeira, eles só andavam. Na segunda, os garotos caminhavam enquanto contavam de trás para frente em voz alta.

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Os meninos do estirão tinham passos mais irregulares e menos suaves enquanto “desfilavam”. Mas quando tinham que realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo (como na maioria das vezes em que caminhamos), ficavam muito mais destrambelhados que os meninos que estavam crescendo mais devagar – davam um passo rápido e outro lento e os movimentos eram bruscos.

LEIA: Dá para crescer depois de adulto?

E a diferença não tem a ver com altura – alguns dos meninos que cresciam de forma mais estável chegavam a ter mais de 1,80 m de altura. Por isso, os cientistas acreditam que não importa o quanto você cresce e sim se esse crescimento é abrupto. Quando suas dimensões mudam de repente, a passada ganha suavidade aos poucos, porque o cérebro se adapta mais lentamente ao seu novo corpo.

Mas os cientistas têm uma boa notícia: o adolescente que acabou de passar pelo estirão pode não andar bonito, mas também não vai cair. O crescimento não teve nenhum efeito sobre estabilidade ao caminhar – mesmo que o cérebro esteja confuso, existe um mecanismo de segurança que ajuda a manter seu equilíbrio no meio de tanta confusão.

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