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Bebês já nascem com um “senso numérico”

Com dois dias de vida, eles demonstraram entender que números pequenos devem ficar à esquerda e números grandes a direita

Por Guilherme Eler
24 ago 2017, 15h33

Não é como se os pequenos humanos já deixassem o berço sabendo fazer tabuada, longe disso. Mas mesmo aqueles que, anos depois, não serão nada fãs de matemática, já vêm de fábrica com um senso primitivo sobre os números. Antes mesmo de aprenderem a contar, os recém-nascidos parecem entender que os números menores devem ficar à esquerda e os maiores a direita – como qualquer ordem crescente que se preze. E o mais impressionante é que isso vale para quem tem apenas dois dias de vida.

A habilidade foi descoberta em uma pesquisa italiana, recentemente publicada no jornal bioRxiv. O experimento envolveu 24 recém-nascidos que tinham entre 12 horas e uma semana (177 horas) de vida – média de idade de 51 h. Os cientistas mostraram aos pequenos uma série de imagens, constituídas por quadrados brancos (que mediam 17,5 cm²) e pretos (com 1,1 cm² de tamanho).

Inicialmente, os bebês foram “treinados” para a tarefa. A primeira imagem que eles viram mostrava dois quadrados brancos, um ao lado do outro, com 12 quadrados pretos em seu interior. Depois, os cientistas mudaram um pouco as coisas. Os quadrados brancos passaram a conter ou 4 ou 36 quadrados pretos.

Os recém-nascidos, então, foram divididos em dois grupos: o primeiro viu dois quadrados brancos com 4 quadrados pretos em cada um. Para o outro grupo, as duas formas brancas tinham 36 quadradinhos pretos. Feito isso, os bebês trocavam de lugar e viam o que o outro grupo viu primeiro.

Usando um sensor de movimento para monitorar o olhar dos pequenos, os cientistas perceberam um padrão na reação deles. Os olhos dos bebês iam para a direita ou para a esquerda, de acordo com o número que aparecia em sua frente. Ao verem 4 quadrados, o lado preferido era o canhoto – mas costumavam olhar para a direita quando identificavam 36 quadrados.

Esse comportamento, segundo os cientistas, mostra uma capacidade de pensar o mundo em ordem crescente. Isso porque os quadrados pretos eram todos do mesmo tamanho, ou seja, não ganhavam a atenção dos bebês por serem maiores que os outros. Entender que diferentes quantidades ocupam lugares distintos no espaço, então, é uma característica inata – ou seja, já nasce com os humanos.

É bom ressaltar que o resultado do teste poderia ser diferente se, ao invés de italianas, as pequenas cobaias fossem chinesas, árabes ou hebraicas, por exemplo. No mundo ocidental, o valor dos números costuma aumentar da esquerda para a direita. Em culturas do oriente, no entanto, a sequência costuma obedecer ordem inversa: números maiores vão na frente e menores números atrás. Tudo por conta do sentido de leitura e escrita que esses povos adotam, oposto ao nosso.

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