PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Brasil registra aumento de 29% no número de raios em relação à 2021

17 milhões de raios caíram no país entre janeiro e fevereiro deste ano, contra 13,2 milhões no mesmo período em 2021. Aumento inesperado está relacionado com as mudanças climáticas. Entenda.

Por Luisa Costa
Atualizado em 10 mar 2022, 19h37 - Publicado em 10 mar 2022, 19h33

O Brasil é campeão mundial de descargas elétricas: em média, 77,8 milhões atingem o país todos os anos. Desde 2016, o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) monitora os raios em todo o país e, agora, encontrou um aumento inédito deles.

Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram registrados cerca de 17 milhões de raios no país – sendo 8,8 milhões em janeiro e 8,2 milhões em fevereiro. No mesmo período de 2021, foram registrados, respectivamente, 7 milhões e 6,2 milhões de raios (um total de 13,2 milhões).

O Elat opera uma rede de 110 sensores espalhados pelo Brasil, que mapeiam a incidência e indicam a intensidade das descargas elétricas – tanto aquelas que atingem o solo (os raios) quanto as que ficam entre as nuvens. As últimas são mais frequentes: nos dois primeiros meses deste ano, foram registradas 27 milhões delas. (Você pode entender como elas se formam nesta reportagem da Super.)

O levantamento do Elat também indicou que o estado brasileiro com maior número de raios neste período foi o Amazonas, com cerca de 2,6 milhões. Na sequência, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais e Tocantins.

Com exceção de Tocantins, todos esses estados ainda registraram mais de cem mil raios em um único dia, um número considerado “extremamente elevado” pelo grupo de pesquisa. 

Continua após a publicidade

Segundo Osmar Pinto Junior, coordenador do Elat, a incidência é explicada pelo fenômeno atmosférico-oceânico chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS), com mudanças na temperatura do oceano Pacífico Equatorial. Existem duas situações desse fenômeno: o El Niño deixa as águas mais quentes; o La Niña, mais frias. Neste momento, estamos passando pelo La Niña.

“Estes fenômenos alteram a circulação atmosférica de tal forma que, em anos de La Niña, a ocorrência de tempestades aumenta nas regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste, e diminui na região Sul”, explica o pesquisador à Super

Compartilhe essa matéria via:
Continua após a publicidade

“O oposto ocorre em anos de El Niño, mas a região Sudeste e parte da região Centro-Oeste têm um comportamento mais complexo pois dependem da intensidade dos fenômenos.” 

Aí, como a região Norte é a maior do Brasil, o número de raios aumenta por lá em anos de La Niña, como agora. Certo aumento é esperado – mas não um da intensidade verificada dessa vez. O ano de 2021, inclusive, também foi marcado pelo fenômeno La Niña em intensidade similar à deste ano.

Então, isso não explica o aumento de 29% visto agora. Segundo Osmar, a expectativa era de um aumento contínuo em torno de 2% por ano, e os números observados, ao menos em parte, têm relação com as mudanças climáticas – que bagunçam a circulação atmosférica, temperatura, precipitação do planeta.

Continua após a publicidade

De acordo com o Elat, as mudanças climáticas serão responsáveis por um aumento anual na incidência de raios no Brasil. Espera-se que, entre os anos de 2081 e 2100, 100 milhões deles atinjam nosso território por ano – o que pode trazer consequências graves para a tecnologia, como panes em computadores e sistemas de telecomunicação.

 

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.