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Nasa está surpresa com jatos de poeira em asteroide

A sonda OSIRIS-REx descobriu que o asteroide Bennu expele "plumas" – um fenômeno inédito, que muda nossa compreensão do Sistema Solar.

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 21 mar 2019, 20h25 - Publicado em 21 mar 2019, 20h20

O Sistema Solar é um lugar empolgante. Descobertas revolucionárias na nossa vizinhança cósmica são divulgadas dia sim, dia não. Em meio a tanta concorrência, não é qualquer achado que faz um cientista experiente dizer que está diante de “uma das maiores surpresas de sua carreira científica”.

Pois foi exatamente isso que disse em comunicado da Nasa Dante Lauretta, pesquisador chefe da missão OSIRIS-REx. Poucos dias depois de começar a orbitar o asteroide Bennu, em 31 de dezembro, a sonda observou pela primeira vez na história uma pluma de partículas sendo expelida da superfície de um asteroide. Já vimos gêiseres de vapor d’água jorrando de luas e até fluxos de poeira sendo deixados para trás por cometas. Mas, até então, pensava-se que asteroides não faziam esse tipo de coisa. 

“O Bennu já está nos surpreendendo, e nossa empolgante jornada lá está apenas começando”, disse Lauretta, que é professor de ciência planetária na Universidade do Arizona. Depois da primeira detecção das plumas, em 6 de janeiro, várias outras foram registradas. Boa parte das partículas expelidas foram arremessadas para o espaço interplanetário; uma porção foi atraída pela gravidade de volta à superfície rochosa; e outra parte permaneceu em órbita. O próximo passo é desvendar mais detalhes dessas plumas e identificar qual é o fenômeno que as está produzindo.

A pluma é discreta, mas visível – observe os pontinhos brancos. Um asteroide com caspa. (Goddard Space Center/NASA)

A OSIRIS-REx foi lançada em 2016 com a missão de explorar Bennu, asteroide maior que a Torre Eiffel que pertence à classe dos asteroides próximos à Terra (em inglês, NEA, Near-Earth Asteroids). A sonda nos dará uma compreensão estratégica de objetos como este, que podem atingir nosso planeta no futuro. Também permitirá fazer um reconhecimento de recursos que podem ser extraídos, entender melhor de onde vieram a água e as moléculas orgânicas da Terra e, sobretudo, aprender sobre as origens do Sistema Solar.

E é aqui que entra o objetivo maior da OSIRIS-REx: coletar um pedacinho do Bennu e trazê-lo de volta à Terra em 2023. “Essa amostra vai nos ajudar a responder algumas das maiores questões sobre de onde viemos”, disse Lori Glaze, diretora da divisão de ciência planetária da Nasa, em Washington. Só que, mais uma vez, o Bennu se mostrou uma caixinha de surpresas. Análises prévias feitas da Terra estimaram que a superfície seria bastante lisa — os cientistas achavam que a manobra seria moleza. Doce ilusão.

Logo nas primeiras observações, a sonda revelou um monte de pedregulhos grandes e afiados, encostas íngremes e perigosos declives. Um verdadeiro campo minado para uma espaçonave. A princípio, os cientistas da missão esperavam realizar o procedimento de coleta em um raio confortável de 25 metros. Agora estão tendo de improvisar e escolher um novo ponto bem mais estreito para o TAG (touch-and-go, ou “tocar e ir embora”). Será um movimento delicado, mas a equipe está otimista. Boa sorte, OSIRIS-REx.

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