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Cientistas capturam DNA de animais selvagens em amostras de ar

Testes na Inglaterra e na Dinamarca validaram a técnica, que detecta fragmentos do chamado "DNA ambiental" - e pode ser útil para identificar e estudar animais em vários ecossistemas

Por Luisa Costa
Atualizado em 13 mar 2024, 16h56 - Publicado em 11 ago 2021, 17h36

O DNA está por toda parte. Os seres vivos deixam um rastro de células à medida que interagem com o ambiente – a partir de pêlos, pedacinhos de pele, fezes ou muco, por exemplo. A esse material genético que se espalha por aí, os cientistas dão o nome de DNA ambiental.

Até agora, a maioria das pesquisas se concentrava na coleta e no estudo do DNA ambiental em meio aquático. Mas recentemente duas equipes de cientistas encontraram uma maneira de detectar esses vestígios invisíveis de material genético no ar, liberado por animais terrestres – e acredita-se que isso pode ser uma poderosa ferramenta para identificar animais em diversos ecossistemas.

“Isso poderia transformar a maneira como estudamos biodiversidade”, disse a pesquisadora Elizabeth Clare, da York University (Canadá). Por enquanto, os cientistas usam técnicas como armadilhas fotográficas ou monitoramento acústico para rastrear animais em uma região – e, assim, avaliar suas necessidades de conservação. Mas esses métodos capturam instantes e dependem da proximidade dos animais em relação ao equipamento – ou cientista – em questão. 

Capturar amostras de DNA no ar seria uma forma menos invasiva e mais flexível de identificar quais animais vivem em um local. Foi essa possibilidade que dois grupos de pesquisadores – um da Queen Mary University of London e outro da Universidade de Copenhagen – decidiram investigar. Eles relataram suas descobertas recentemente, publicando seus estudos no servidor de pré-impressão bioRxiv.

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Eles colocaram bombas de vácuo em 20 locais do Hamerton Zoo Park, na Inglaterra. Em cada bomba foram instalados filtros sensíveis que possibilitaram a coleta de 72 amostras de ar pela equipe. Um zoológico foi o lugar escolhido para testar a técnica porque, se os cientistas tivessem sucesso em coletar e detectar o DNA no ar, eles saberiam exatamente de onde ele estava vindo e qual distância percorreu.

Minúsculos fragmentos de DNA ficaram retidos nos filtros. Então, a equipe utilizou uma técnica conhecida como PCR (reação em cadeia da polimerase) para amplificar esse material genético. Em seguida, eles fizeram seu sequenciamento e comparam os resultados com o DNA já conhecido de alguns animais. Assim, identificaram 25 espécies de pássaros e mamíferos a partir dos vestígios invisíveis coletados no ar – como tigres, dindos e lêmures.

Ao mesmo tempo, a equipe de cientistas da Universidade de Copenhagen teve a mesma ideia e realizou seu estudo no Zoológico de Copenhagen. Com alguns aspiradores, eles sugaram o ar de três locais do zoológico de três formas diferentes, conseguindo detectar um total de 49 espécies de vertebrados nos fragmentos de DNA.

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Ambas as equipes também identificaram em seus filtros DNA de animais selvagens locais; animais de estimação da vizinhança; e, também, DNA de peixe e porco – cuja carne é consumida como alimento na região.  

Os cientistas acreditam que o método seria útil para detectar animais principalmente em áreas difíceis de se alcançar ou enxergar, como cavernas e tocas. Mas ele ainda precisa de ajustes. Os pesquisadores ainda não sabem a distância que o DNA pode viajar no ar, por quanto tempo ele sobrevive no ambiente ou como diferentes animais liberam esse material genético.

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“Há todo tipo de coisa que precisamos esclarecer agora sobre o rastreamento de DNA aerotransportado, mas os benefícios práticos são muito empolgantes”, afirmou Kristine Bohmann, da Universidade de Copenhagen, para o jornal The Guardian.

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