Cientistas desenvolvem material que faz ossos se regenerarem
Técnica pode servir, no futuro, ao tratamento de pacientes com lesões traumáticas ou fraturas graves
O método desenvolvido por pesquisadores da Universidade Northwestern e da Universidade de Chicago promete tornar o processo de regeneração de fraturas ósseas muito mais eficiente. A combinação entre uma proteína e um gel criado pelo grupo tem como resultado ossos mais resistentes, restaurados de maneira mais rápida – e o melhor: sem cicatrizes.
A técnica foi testada em células do esqueleto de ratos, modificadas geneticamente para produzir uma proteína que estimula o crescimento dos ossos – a BMP9, que integra o grupo conhecido como BMPs (sigla em inglês para proteínas ósseas morfogenéticas). Ela foi responsável também, segundo o estudo, por estimular o crescimento de vasos sanguíneos, melhorando a vascularização da área.
O passo seguinte era aplicar na região o PPCN-g, líquido desenvolvido pelos pesquisadores que, no corpo, adquire consistência gelatinosa. Essa estrutura funciona como uma espécie de “membrana seletiva”, conduzindo e barrando a entrada de novas células ósseas na área da fratura. “O líquido contém células capazes de produzir tecidos ósseos e, ao ser aplicado, se adapta ao osso lesionado”, diz Guillermo Ameer, professor de engenharia biomédica na Northwestern. “O novo osso é muito similar ao que estava originalmente na região”, completa.
Menos invasiva para os pacientes do que procedimentos cirúrgicos, essa técnica se mostra uma promissora alternativa de terapia. Ela pode ser aplicada, no futuro, ao tratamento de pacientes com lesões traumáticas ou fraturas graves.
Problemas no esqueleto (sobretudo na região do rosto) são bastante difíceis de tratar, por estarem associados, na maioria dos casos, a cirurgias complexas. Para recuperar as áreas fraturadas, costuma-se realizar enxertos a partir de regiões como pelve e costelas, o que torna o procedimento bastante invasivo.