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Cientistas observam nanismo em girafas pela primeira vez – veja vídeo

Os animais, que possuem menos de três metros de altura, foram avistados em Uganda e na Namíbia. Apesar do pescoço longo característico, suas pernas são tão curtas quanto as de cavalos.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 11 jan 2021, 19h28 - Publicado em 11 jan 2021, 19h24

Duas girafas africanas são as primeiras a serem descritas com nanismo na natureza. Uma delas é da espécie girafa-núbia, enquanto a outra é uma girafa-angolana.

Em 2015, cientistas da Fundação de Conservação das Girafas (GCF, sigla em inglês), identificaram no Parque Nacional Murchison Falls, em Uganda, o que parecia ser uma girafa macho de apenas 2,8 metros de altura. Para ter uma ideia, o tamanho comum destes animais (das patas à cabeça) é de cinco metros. O espécime recebeu o nome de Gimli, em homenagem ao personagem da trilogia O Senhor dos Anéis.

Mas Gimli não foi a única girafa baixinha identificada. Três anos depois, uma girafa-angolana ainda menor, com 2,4 metros de altura, foi documentada pelos pesquisadores em uma fazenda particular no centro da Namíbia. O animal, também macho, foi chamado de Nigel. Veja abaixo as duas girafas:

Montagem de duas fotos de girafas anãs.
À esquerda, Gimli, girafa-núbia macho avistada em Uganda. À direita, Nigel, girafa-angolana macho documentada na Namíbia. (Emma Wells / Giraffe Conservation Foundation/Divulgação)

O nanismo é causado por condições genéticas que afetam o crescimento ósseo e resulta em uma estatura reduzida. Diferentes tipos de nanismo, apesar de raros, não são incomuns em humanos. Alguns animais domésticos (como cães, gatos, porcos e vacas) também podem apresentar a condição. Encontrar animais selvagens anões, por outro lado, é bem mais difícil. 

Cientistas acreditavam que existiria nanismo nestas girafas, mas faltava a confirmação. Então, usaram técnicas de fotogrametria digital para medir as dimensões dos animais. Os pescoços das girafas tinham o comprimento longo característico, mas suas pernas eram muito mais curtas do que a de animais sem a condição genética. De acordo com os pesquisadores, as duas girafas têm o rádio e ossos metacarpais encurtados.

O jornal The New York Times descreve o animal como “uma cabeça e pescoço de girafa encaixado no corpo de um cavalo”. O artigo com mais detalhes sobre o nanismo nas girafas foi publicado no jornal científico BMC Research Notes.

Em animais que vivem em cativeiro, a condição tem sido associada à consanguinidade (quando o pai e a mãe são parentes próximos) e à falta de diversidade genética. Isso pode explicar o nanismo de Gimli, já que a população de girafas da sua região sofreu um declínio no final dos anos 1980, chegando a ter 78 animais. Hoje esse número é maior, com mais de 1,5 mil girafas na região. Também é possível que tenham ocorrido apenas mutações aleatórias nos genes.  

Ser uma girafa com nanismo na natureza não é fácil. Gimli e Nigel acabam sendo mais suscetíveis à predação, já que suas patas curtas não permitem que eles corram e chutem bem – estratégias básicas para fugir do perigo. O acasalamento também é mais difícil para eles quando comparados às girafas mais altas. 

De toda forma, só o fato de estarem vivos na natureza já indica que a condição não prejudicou de forma severa sua capacidade de sobrevivência. Agora, os cientistas planejam continuar observando estes animais para entender como eles lidam com o ambiente a sua volta. Nigel foi visto pela última vez em julho de 2020, enquanto Gimli não é visto desde março de 2017. Os cientistas esperam que ambas as girafas voltem a aparecer em breve.

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