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Cientistas “programam” bactérias para armazenar dados

Pesquisadores usaram técnica de edição genética para escrever uma mensagem de texto em células da E. coli.

Por Carolina Fioratti
13 jan 2021, 17h58

Cientistas da Universidade Columbia, nos EUA, inseriram uma sequência de genes em bactérias da espécie E. coli – e, ao fazer isso, armazenaram 72 bytes de dados no código genético delas. Usar o DNA para gravar dados não é uma novidade, mas isso costuma ser feito com o código genético isolado, não dentro de um ser vivo. 

O armazenamento de dados em DNA funciona mais ou menos da seguinte forma. Primeiro, os cientistas devem converter as sequências do sistema binário (0 e 1), usadas na informática, para combinações das quatro bases nitrogenadas presentes na molécula (adenina, guanina, citosina e timina). Esse processo é feito com uma máquina chamada sintetizador de DNA.

A precisão dela vai caindo à medida que o código fica mais longo. Por isso, é necessário dividir o arquivo digital em vários blocos, espalhados por vários trechos do DNA. Eles recebem marcações para que, quando os dados forem lidos com um sequenciador de DNA, seja possível remontar o arquivo completo. 

No novo estudo, os cientistas americanos usaram uma técnica diferente. Eles empregaram o sistema de edição de genes CRISPR para inserir sequências de DNA nas células bacterianas. 

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Figura ilustrando como funciona a 'programação' das bactérias.
(Sung Sun Yim et al. / Nature Chemical Biology/Divulgação)

A bactéria usada foi a E. coli, geralmente encontrada no intestino de animais endotérmicos (de sangue quente). Usando o DNA, os cientistas conseguiram codificar um texto de 72 bytes que dizia “Olá, mundo!”. As bactérias sobreviveram – e, em tese, poderiam transmitir a informação a suas descendentes. Ou seja: gravar dados em organismos vivos poderia servir como um método de armazenamento perene, em que as informações se propagam junto com a reprodução daqueles seres.

Mas a técnica ainda é extremamente incipiente: está longe de ser uma ferramenta viável para uso em larga escala. Os cientistas precisam refinar o processo, descobrindo maneiras de evitar que os dados se percam caso as bactérias sofram mutações. De toda forma, estes podem ser os primeiros passos de uma tecnologia útil no futuro.

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