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Cientistas reativam células sensíveis à luz em olhos de pessoas mortas

Descoberta pode ajudar no desenvolvimento de novas terapias para doenças que causam cegueira.

Por Luisa Costa
19 Maio 2022, 17h25

Em um novo experimento, cientistas reativaram células sensíveis à luz (chamadas fotorreceptores) em olhos de pessoas mortas que eram doadores de órgãos, e restauraram a comunicação entre essas células. O estudo, cujas descobertas podem revolucionar pesquisas sobre a visão e o cérebro humanos, foi publicado neste mês na revista Nature.

“Conseguimos fazer as células da retina falarem umas com as outras [após a morte dos doadores], da mesma forma que fazem no olho vivo para mediar a visão”, afirma Frans Vinberg, um dos autores do estudo

Segundo o cientista da Universidade de Utah (Estados Unidos), estudos anteriores já haviam restaurado de forma muito limitada a atividade elétrica em olhos de doadores, mas isso ainda não tinha sido alcançado na mácula – uma parte bastante sensível (e pequena) da retina.

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Nessa região dos olhos, há uma concentração de cones, um tipo de fotorreceptor responsável por nossa visão central e capacidade de ver detalhes e cores. Eles atuam junto aos bastonetes – fotorreceptores relacionados à visão periférica e noturna –, reconhecendo estímulos visuais no ambiente e os transformando em impulsos elétricos.

No estudo, os cientistas usaram a retina como modelo do sistema nervoso central para entender como os neurônios morrem e como podem voltar à ativa. As investigações da equipe partiram de retinas de camundongos e de humanos também – estas obtidas junto a bancos de olhos americanos e sociedades de doadores de olhos.

Falta de oxigênio precisava ser resolvida

Primeiro, os cientistas perceberam que a perda de comunicação entre os fotorreceptores e a retina após a morte acontece principalmente por conta da privação de oxigênio no organismo. Então, Vinberg desenvolveu uma unidade de transporte especial para restaurar a oxigenação e fornecer outros nutrientes aos olhos de doadores.

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A equipe transportou os olhos nessa unidade especial e os colocou em um dispositivo projetado para estimular a retina e medir a atividade elétrica de suas células. “Em olhos obtidos até cinco horas após a morte de um doador de órgãos, estas células responderam à luz brilhante, luzes coloridas e até mesmo flashes de luz muito fracos”, afirma Fatima Abbas, pesquisadora do Moran Eye Center (também da Universidade de Utah) e autora principal do estudo.

Os pesquisadores acreditam que a abordagem pode ser usada para estudar outras estruturas do sistema nervoso central e reduzir a dependência de modelos animais para pesquisas semelhantes – que nem sempre produzem resultados que se aplicam bem à visão humana.

Também é esperado que o trabalho desses cientistas possa ajudar na compreensão de doenças neurodegenerativas e no desenvolvimento de novas terapias para doenças que causam cegueira.

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