Como registrar uma nova espécie
Em geral, isso é para taxonomistas – mas não pede diploma. Nomear e cadastrar um novo bicho ou planta exige conhecimento profundo e um artigo científico
Coleta seletiva
Primeiro aprenda: novas espécies podem ser identificadas por morfologia (cores ou formatos diferentes), comportamento, genética, sons (o canto dos pássaros) ou aromas (cheiro das flores). Assim, faça a coleta de no mínimo uma amostra. Em plantas, ela deve conter flores. Se possível, faça fotografias ou gravações.
Dissecação
Preserve sua descoberta. Se for um inseto, coloque as amostras em um pote com álcool ou deixe secar. Em outros animais, faça o entalhamento e guarde partes características (carcaça, amostras de tecidos etc.). Em cada exemplar, coloque o nome do coletor, o local, onde e quando foi encontrada.
3. Pergunte aos universitários
Aprofunde (muito) seus conhecimentos sobre o grupo biológico. Estude outros animais da mesma família para confirmar se ele realmente é inédito. Para garantir, mande as amostras para um museu, universidade ou instituto de pesquisa ambiental que validem a sua descoberta.
4. Lápis e papel
Agora é hora de escrever um artigo científico. Coloque os detalhes que diferenciem o animal dos outros. É preciso escrever a diagnose (descrição sucinta da espécie) em latim. Dê um nome latinizado à descoberta – pode ser uma referência ao local da coleta ou uma homenagem a alguém –, respeitando o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica.
5. Sob análise
Encaminhe o artigo para um periódico científico relevante. Isso faz com que a comunidade científica o conheça, afinal, o texto vai passar pela avaliação dos editores. Caso seja aprovado, o artigo ganha publicação e a nova espécie nasce para a ciência.
6. Saia contando
Para que a sua nova espécie fique popular, espalhe a novidade. Distribua amostras, com as descrições, em coleções, museus, herbários, universidades e institutos.
Ilustração: Sattu – Fontes: Mara Rejane Ritter, taxonomista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Mario Con Haft, ornitólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); Mário Terra, taxonomista do Inpa; Ubirajara Martins, entomologias do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.