Um estudo realizado nos EUA mostrou que o Ebola não acaba quando o paciente recebe alta. Mesmo depois de curados, dois terços dos homes analisados carregavam o vírus no sêmen. Em alguns casos, o vírus ainda estava presente nove meses após ser contraído.
Em março de 2015, uma mulher na Monróvia, capital da Libéria, foi diagnosticada com Ebola. Foi relatado que ela teve releções sexuais com um sobrevivente da doença que havia sido curado em outubro de 2014. Ela morreu no mesmo mês, mas os cientistas decidiram investigar o código genético do vírus em amostras de seu sangue e do sêmen do companheiro. Os resultados foram compatíveis com transmissão direta.
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Um outro grupo de médicos, em Serra Leoa, apontou que 100% dos homens estudados carregavam o vírus no corpo, ainda que três meses depois de os sintomas terem cessado. O dado é alarmante principalmente porque, atualmente, mais da metade dos pacientes infectados são curados, o que aumenta o potencial de transmissão sexual da doença.
Mesmo assim, a Organização Mundial da Saúde disse que esse tipo de contágio é raro – entre 17 mil pessoas que sobreviveram à epidemia mais recente do vírus, em apenas 20 casos há suspeita de transmissão sexual. A diretora geral da organização disse à BBC: “O grau de incerteza é preocupante, e é por isso que precisamos de medidas preventivas, então recomendamos que os sobreviventes usem proteção”. O Professor David Heymann, da Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical, completa: “Camisinhas devem ser usadas como medida preventiva até que um entendimento melhor seja obtido por meio de estudos mais extensos”.