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Descoberta de suposta cidade embaixo das pirâmides do Egito causa controvérsia entre cientistas

Vários especialistas em Egito Antigo questionaram dados e técnicas usados para "descobrir" cidade subterrânea gigante, com quase dois quilômetros de extensão.

Por Eduardo Lima
Atualizado em 27 mar 2025, 19h51 - Publicado em 25 mar 2025, 18h00

A pirâmide de Quéfren, com 143 metros de altura, é a segunda maior pirâmide do Egito e do complexo da Necrópole de Gizé. Esse sítio arqueológico reúne grandes monumentos, como a famosa Esfinge, e vários cemitérios.

Debaixo da pirâmide, um grupo de pesquisadores italianos e escoceses afirma ter descoberto uma cidade subterrânea gigante. Essa estrutura se entende por quase dois quilômetros abaixo da superfície, o que é 14 vezes maior do que a altura do monumento de Quéfren. O único problema é que a alegação provavelmente não é verdade.

Os pesquisadores do Projeto Khafre, ligados à Universidade de Pisa, na Itália, e à Universidade de Strathclyde, na Escócia, afirmaram ter descoberto essa grande cidade subterrânea escondida debaixo das pirâmides mais famosas e mais pesquisadas da história. Logo especialistas começaram a desconfiar da alegação e questionar a metodologia usada para chegar nesses resultados.

Tudo começou num evento na Itália, no dia 16 de março, quando alguns italianos – como Corrado Malanga, que tem um grande interesse por ufologia, geometria sagrada e outros temas pseudocientíficos – comunicaram a descoberta de oito estruturas cilíndricas verticais, que se estendiam por 600 metros de profundidade, além de mais formações desconhecidas que avançam para baixo por mais 1,22 km.

Governo do Egito não reconhece a pesquisa

A descoberta da cidade subterrânea partiu de um estudo independente publicado em 2022 no periódico Remote Sensing, que identificou câmaras e rampas ocultas na pirâmide de Quéfren, e uma anomalia térmica próxima da base que poderia significar a presença de estruturas artificiais dentro do monumento.

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O estudo de 2022 usou duas técnicas diferentes para avaliar a pirâmide: um radar de penetração de solo, normalmente usado para mapear o fundo oceânico, e uma técnica que usa sinais de radar de satélites para detectar as vibrações causadas por movimentos sísmicos naturais. Com isso, eles pretendiam examinar o subsolo da pirâmide.

Os pesquisadores alegaram que haviam encontrado escadas enormes em espiral, além de uma plataforma de calcário com duas câmaras e canais que parecem uma tubulação de água indo para baixo. Esse sistema hídrico serviria para encher as pirâmides de água para que elas servissem de “câmara de ressonância gigante”, o que criaria vibrações específicas para propósitos religiosos.

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Nessa cidade subterrânea, eles desconfiam que esteja escondido o “Salão dos Registros”, uma biblioteca que abriga segredos sobre a civilização egípcia (e que muito provavelmente não passa de uma lenda).

As “descobertas” têm como base o estudo de 2022, mas não foram publicadas em nenhum lugar e nem passaram pelo processo de revisão por pares. Tudo que rolou foi a conferência na Itália e um comunicado à imprensa. A falta de evidências concretas foi o motivo de boa parte da comunidade científica que estuda o Egito Antigo levantar suspeitas sobre a existência da cidade subterrânea.

Alguns especialistas, como o professor Lawrence Conyers em entrevista ao DailyMail, afirmaram que o radar de penetração no solo não consegue chegar tão longe. Podem existir estruturas debaixo da pirâmide de Quéfren, mas elas devem ser muito menores do que os integrantes do Projeto Khafre alegaram, não passando de alguns poços ou câmaras pequenas. Escavações direcionadas podem providenciar dados mais confiáveis.

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De acordo com o egiptólogo Zahi Hawass, ex-ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, em um post no Facebook, o ministério não permitiu que ninguém trabalhasse dentro ou em volta da pirâmide de Quéfren. Isso significa que a alegação dos pesquisadores de que eles usaram um radar dentro do monumento é falsa. O governo do Egito não reconheceu os resultados da pesquisa.

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