A barata alemã (Blattella germanica) é uma espécie bem pequena, comumente encontrada em lugares úmidos e escondidos, como armários da cozinha e banheiro. Ela vive em conjunto com outras baratas: essa união facilita o processo de reprodução, evita predadores, previne a perda de água e regula a temperatura do corpo dos insetos. Agora, uma nova pesquisa realizada da Universidade da Carolina do Norte mostra que as colônias só se formam por causa do cocô das baratas, ou, mais especificamente, por substâncias que as bactérias intestinais produzem, e que acabam sendo liberadas nas fezes.
Para entender melhor como esses feromônios fecais funcionam, o time de pesquisadores identificou 40 componentes altamente atrativos, os ácidos carboxílicos volatéis, no cocô das baratinhas alemãs. Esses ácidos são os grandes reponsáveis por agregá-las. Foram analisadas as fezes de baratas “esterilizadas”, criadas em ambientes sem germes. Dessa maneira, elas não teriam bactérias intestinais. O resultado mostrou que 12 dos 40 componentes não estavam presentes, e 24 apareciam em níveis menores.
As fezes sem bactérias falharam ao promover a união entre as baratas. Depois de identificadas e isoladas, as bactérias das fezes normais foram introduzidas nas baratas esterilizadas. Assim, elas recuperaram o comportamento sociável, e voltaram a formar colônias. Isso significa que os micróbios intestinais contribuem para a formação dos ácidos, que, por sua vez, funcionam com agentes agregadores. Ou seja, se não fossem as bactérias, as baratas seriam bem mais solitárias.
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