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Descoberto vírus brasileiro que tem 90% de seus genes desconhecidos

Batizado em referência à mitologia tupi-guarani, o Yaravírus foi encontrado em Belo Horizonte – e não se parece com nenhum outro microrganismo do tipo.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 13 mar 2020, 14h51 - Publicado em 14 fev 2020, 14h09

Um vírus extraído em 2017 da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais, é diferente de qualquer outro microrganismo já identificado por cientistas.

As particularidades começam por seu código genético único: segundo a análise de pesquisadores brasileiros, mais de 90% de seus genes são inéditos. Ou seja, jamais haviam sido descritos anteriormente e não se parecem com os de outros organismos do tipo.

Outro ponto está no tamanho. Vírus gigantes que parasitam amebas, objeto de estudo dos pesquisadores da UFMG envolvidos na descoberta, costumam ter dimensões bem maiores que as do Yaravirus brasilienses – que tem cerca de 80 nanômetros de diâmetro. É como se ele fosse um estranho no ninho.

Em tempos de coronavírus e de preocupação redobrada com infecções virais, vale destacar que o novo vírus é parasita exclusivo de amebas e, a princípio, não oferece risco para humanos. O nome escolhido para batizá-lo não poderia ser mais brasileiro. Yaravírus homenageia a figura folclórica Yara, deusa das águas na mitologia tupi-guarani. Um artigo que detalha descoberta foi publicado no periódico bioRxiv.

Vírus são organismos que intrigam a ciência. Como você leu neste texto da SUPER, sequer é consenso se eles são mesmo seres vivos. Quem argumenta que não, afirma que vírus não têm metabolismo próprio e precisam de um hospedeiro para viver e se reproduzirem. Por outro lado, é fato que eles estão soltos por aí, causando doenças, e incorporando mudanças em seu material genético (diga-se, evoluindo) numa velocidade gigantesca.

Por serem organismos simples, vírus têm alta taxa de mutação. Até por isso a descoberta de uma espécie inédita, com características que não haviam sido descritas antes pela literatura científica, é algo que cientistas vivem presenciando. Em entrevista à revista Science, Elodie Ghedin, pesquisadora da Universidade de Nova York, destaca que 95% dos vírus encontrados em esgotos, por exemplo, seguem a linha do Yaravírus e ostentam um genoma diferente de qualquer outro vírus. “Parece que cientistas vivem descobrindo novas espécies virais”, comenta.

Agora, o que pesquisadores querem entender é o parentesco que o Yaravírus mantém com vírus gigantes que vivem na Lagoa da Pampulha. Assim, terão argumentos para cravar se ele se trata de uma variedade totalmente distinta ou um vírus gigante que se adaptou para ter um tamanho reduzido.

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