Descoberto vírus da hepatite B em múmia de 500 anos
Caso é o mais antigo da história da humanidade
Utilizando sequenciamento avançado de DNA em uma múmia do século 16, um time de cientistas descobriu o histórico evolutivo da Hepatite B. Os dados de genoma encontrados são a evidência mais antiga do vírus – e sugere que humanos têm vivido com a Hepatite B e acompanhado sua evolução durante centenas de anos.
Publicado no periódico científico PLOS PAthogens, o estudo lembra que sempre houve muita incerteza sobre o lugar da Hepatite B numa linha do tempo, especialmente no que diz respeito à origem e evolução dele. Esta descoberta, realizada nos restos mumificados de uma criança enterrada na Basílica de São Domingos Maior, em Nápoles, na Itália, pode jogar luz sobre esta escuridão científica.
A múmia em questão já havia sido analisada – mas, sem testes específicos de DNA, estudiosos acreditavam que ela havia morrido de varíola – o que poderia significar, também, a primeira aparição da doença na humanidade.
A análise do tecido se deu por meio de pequenas amostras de pele e ossos para a extração de fragmentos de DNA, unidos posteriormente para recriar o genoma do vírus da Hepatite B.
Em um comunicado da Universidade McMaster, em Ontário, Canadá, o geneticista e pesquisador de doenças infecciosas Hendrik Poinar apontou o impacto da descoberta. “Identificar a presença de patógenos no passado nos permite compreender a época em que eles infectaram humanos”, afirmou.