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Em 25 anos, São Paulo pode ficar até 6ºC mais quente e ter mais eventos extremos

Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo cobra medidas do governo estadual diante da crise climática.

Por Bela Lobato
25 jul 2024, 19h00

As projeções dos impactos das mudanças climáticas nas próximas décadas em São Paulo não são animadoras. Um estudo realizado por pesquisadores da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e do extinto Instituto Geológico simula dois cenários para o clima no estado em 2050. Nos cálculos, foram utilizados quatro modelos climáticos e nove variáveis de temperatura do ar.

As temperaturas máximas anuais devem aumentar em todo Estado, sendo que o salto é mais expressivo quanto mais longe do litoral. A região central do estado pode ver aumentos de até 6ºC, enquanto no litoral norte e na Baixada Santista as projeções ficam entre 0,5ºC e 1,5ºC. 

As ondas de frio devem ser cada vez mais curtas – já as de calor, cada vez mais longas. Na simulação mais pessimista, as ondas de calor podem durar mais de 150 dias na região de Ribeirão Preto e 25 dias no sul do estado. 

Num estado em que menos de 23% da vegetação florestal nativa está preservada, esses impactos das mudanças climáticas devem ser ainda mais graves do que no resto do país. “São Paulo é o estado com maior grau de ocupação de seu território, maior contingente populacional e maior desenvolvimento econômico. Justamente por esses motivos é o trecho do território brasileiro com o maior grau de modificação dos espaços naturais”, afirma o estudo publicado em 2022 na revista Derbyana.

O estudo também observou chances de eventos extremos, principalmente no litoral. A previsão é de mudanças nas distribuições das chuvas, o que pode causar tanto secas graves quanto tempestades fortes. Situações assim favorecem deslizamentos de encostas, enchentes e tragédias como a do Rio Grande do Sul.

O documento, que levou cerca de quatro anos para ficar pronto, também menciona que as conclusões foram incorporadas ao Zoneamento Ecológico-econômico (ZEE) do Estado de São Paulo, e que novos estudos estão em andamento para aprimorar os resultados.  

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Agora, a APqC publicou uma carta ressaltando a importância da pesquisa e cobrando medidas do governo do estado de São Paulo, 

 “Este estudo foi encomendado pelo próprio estado, e é um documento importantíssimo para lembrar que a emergência climática é real e pode trazer consequências devastadoras para o planeta – e também para o estado mais rico do Brasil, que pode ter sua economia fortemente atingida se as projeções se confirmarem”, comenta Helena Dutra Lutgens, presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC).

 “Apesar dos dados, o Estado não parece estar atento ao que a ciência alerta, porque tem adotado, nos últimos anos, medidas que fragilizam o sistema paulista de ciência e tecnologia, como a extinção do próprio Instituto Geológico, autor do estudo, do Instituto Florestal e do Instituto de Botânica, além da Sucen [Superintendência de Controle de Endemias]”, completa.

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