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Em situações de emergência, não tente bancar o herói

Salvar sua pele primeiro para depois pensar em ajudar os outros é uma ideia mais eficaz - e prudente também

Por Guilherme Eler
Atualizado em 23 jun 2017, 18h29 - Publicado em 23 jun 2017, 18h26

Muito ajuda quem não atrapalha, já diria o velho ditado. No caso de uma situação de perigo, em que a vida de outras pessoas está sob risco, cumprir o protocolo e se afastar de novos problemas é a melhor escolha. Por mais que seu instinto grite por um ato de heroísmo, colocar-se na posição de salvador de pátria não é a estratégia mais sensata. É o que comprovou um estudo feito por cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá.

Um rio próximo a estação de metrô em que você se encontra transbordou, fazendo com que a plataforma fosse inundada por uma forte enchente. Com você, há outras 29 pessoas – entre adultos e também pessoas de mais idade. Para se salvarem, todos devem dar um jeito de abandonar o lugar por meio das escadas de segurança, que saem da estação e chegam ao nível da superfície.

Essa era a situação que os pesquisadores criaram para testar sua hipótese: se salvar primeiro antes de tentar resolver o lado de outras pessoas (por mais frágeis que elas fossem) seria a postura mais sensata. “Em situações muito críticas, temos de ser um pouco egoístas. Mas ainda podemos ajudar os outros se tivermos os equipamentos e estratégias corretas”, explica Eishiro Higo, que liderou o experimento.

Os cientistas recriaram em computador um ambiente urbano real de Kyoto, no Japão, que conta com estação de metrô, estacionamento e shopping center. A situação foi simulada considerando três diferentes estratégias de evacuação.

A primeira delas era a tática do “salve-se quem puder”, que fazia cada pessoa que estava ilhada se esforçar para livrar apenas a própria pele. Na segunda, todos trabalhavam em grupo, para tentar garantir que o coletivo saísse junto da situação. Por fim, a última estratégia era que os integrantes mais fortes arrumassem um local seguro para si e depois tentassem salvar os que ficaram para trás, com a ajuda de cordas.

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Os resultados confirmaram a teoria dos pesquisadores. Quando membros mais fortes do grupo tentaram ajudar os mais fracos arriscando a própria pele para fazer isso, ambos se prejudicaram – o que atrapalhou todos os integrantes. Quem tentou ajudar os outros com as cordas quando já estava salvo em um local seguro, no entanto, foi muito mais produtivo. A técnica salvou 12 pessoas, dentre as 30. As outras duas formas de evacuação, no entanto, livraram da enchente apenas 5 pessoas cada uma.

“Temos que ponderar sobre o que é ser corajoso e o que é ser imprudente”, explica Higo. “Ajudar as pessoas estando seguro ainda é um comportamento altruísta, e o resultado é muito melhor”. Ou seja: por mais que, às vezes, você tenha vontade de vestir sua roupa do Homem-Aranha, nada mais prudente que agir como Peter Parker – sem o uniforme do Simbionte, claro.

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