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Empresa planeja desenvolver embriões no espaço

Ela está fazendo testes com ratos – e já prepara a sua primeira missão.

Por Maria Clara Rossini
16 nov 2023, 14h05

Se a humanidade quiser colonizar Marte (ou qualquer outro canto do espaço), precisamos pensar em como nos reproduzir em condições atípicas. Só que ter a gestação e realizar o parto fora da gravidade da Terra representa um risco para a mulher e o bebê.

A empresa holandesa SpaceBorn United aposta em uma estratégia ousada:  fazer uma fertilização in vitro e aí conduzir a gravidez fora do corpo, em um útero artificial.

Ela criou um dispositivo para tentar o primeiro passo: formar um embrião de camundongo, combinando espermatozoides com um óvulo, no espaço. Conversamos com o CEO da empresa, Egbert Edelbroek, para entender o projeto – e as perspectivas para a reprodução humana fora da Terra.

Quais são os principais desafios de desenvolver um embrião humano no espaço?

Os gametas femininos (oócitos) permanecem férteis por apenas 4 a 6 horas após a coleta. Nós precisamos inseri-los em uma cápsula, lançar o foguete em órbita terrestre baixa [até 2.000 km de altitude], e iniciar a fertilização. Tudo nesse curto tempo.

Precisamos gerar um nível saudável de gravidade artificial, similar ao terrestre. Também temos que lidar com a radiação, já que os embriões não estarão protegidos pela atmosfera terrestre. E, finalmente, precisamos de permissão das autoridades antes de iniciar testes com embriões humanos.

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Como vocês planejam resolver essas coisas?

Na missão que estamos preparando, poderemos controlar os horários de decolagem e embarque da carga. Também desenvolvemos um disco com microfluidos, para colocar os embriões. O disco irá girar, simulando a gravidade ideal para eles.

A órbita ao redor da Terra irá durar de cinco a seis dias, para evitar uma exposição excessiva à radiação espacial. No momento, estamos desenvolvendo essa tecnologia em camundongos.

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Em que fase está a pesquisa?

Nós planejávamos enviar protótipos ao espaço em agosto deste ano, mas o lançamento foi adiado. Agora, pretendemos testá-los num voo orbital em novembro de 2024. Acreditamos que será possível realizar a concepção, e os primeiros estágios de desenvolvimento embrionário no espaço, em cinco a sete anos.

Já para a gestação em si, ainda não existe uma tecnologia que permita fazê-la no espaço de maneira segura. Há alguns caminhos que podemos seguir. Mas, na nossa visão, eles levarão 20 a 25 anos para se tornarem viáveis.

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