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Entenda o que é paralaxe, que aparece na astronomia e no futebol

Conceito usado por astrônomos há milhares de anos pode explicar situações polêmicas nas transmissões de jogos de futebol. Saiba como.

Por Luisa Costa
Atualizado em 13 dez 2022, 11h41 - Publicado em 9 dez 2022, 17h41

Você provavelmente não quer mais saber de futebol agora que a seleção brasileira está desclassificada da Copa do Mundo. Mas, calma: a gente promete contar uma coisa legal sobre o esporte. Vamos lá.

Se você assistiu aos jogos das últimas semanas, ou acompanha futebol regularmente, já deve ter se deparado com esta clássica (e polêmica) situação: a bola sai do campo, por um triz, mas o árbitro não apita. Ou você pode jurar que a bola saiu do campo, enquanto assiste à cena de novo, uma ou duas vezes.

Então você se pergunta se seus olhos estão te enganando. Bom… sim. Nem sempre o que a gente vê corresponde ao que realmente aconteceu. E o que está por trás disso é um conceito usado há milhares de anos por astrônomos, chamado paralaxe.

Para entender, comece com este exercício: estique o braço e esconda a visão de um objeto com o polegar. Feche um dos olhos e depois troque. Você terá a impressão de que o objeto mudou de lugar, aparecendo mais à esquerda ou à direita do seu dedo, como se você estivesse observando a partir de posições diferentes.

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É que, na verdade, você está. Nossos olhos fornecem uma visão a partir de ângulos ligeiramente diferentes, por conta da distância entre eles. E a mudança de ponto de vista, que acontece em uma situação como o exercício sugerido acima, causa um deslocamento aparente do objeto. Isso é paralaxe.

E é essa diferença de referencial que atrapalha nossa percepção de alguns lances quando assistimos a jogos de futebol. Você pode jurar que a bola saiu do campo – como neste momento da partida entre Japão e Espanha. Mas a nossa posição – ou o ângulo de visão que nos é fornecido pela câmera – dá uma impressão errada da verdadeira posição da bola. E aí você fica xingando a mãe do juiz.

Paralaxe na astronomia

De volta ao exercício que sugerimos acima: se você medir o deslocamento aparente do objeto e conhecer a distância entre seus olhos, pode (teoricamente) calcular a distância até seu polegar. Claro, você não precisa – nem quer – fazer isso. Mas, da mesma forma, os astrônomos podem medir a que distância de nós estão outros objetos no espaço.

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Aline Novais, doutoranda em astronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que isso é feito da seguinte maneira: observa-se uma estrela próxima em junho e, depois, em dezembro, por exemplo. São dois pontos de vista diferentes; afinal, a Terra viajou ao redor do Sol. Imagine que ela está primeiro de um lado do astro-rei; depois em outro.

Como um objeto qualquer tampado por seu dedão, a estrela não mudou de posição. O que mudou foi o ângulo a partir do qual nós a enxergamos. Houve um deslocamento aparente da estrela. Os astrônomos medem esse deslocamento em relação a estrelas em segundo plano; e, com base na distância entre a Terra e o Sol, calculam a que distância de nós está a estrela.

Acredita-se que o astrônomo grego Hiparco fez as primeiras medições astronômicas a partir do conceito de paralaxe, lá no século 2 a.C. Ele é considerado o pai da trigonometria, ramo da matemática que está por trás destes cálculos.

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