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Esta pequena planta possui o maior genoma do mundo

O genoma da Tmesipteris oblanceolata é 53 vezes maior que dos humanos, revelou um novo estudo. Mas a ciência ainda não sabe bem o porquê desse DNAzão.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 4 jun 2024, 16h46 - Publicado em 2 jun 2024, 19h00
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  • Ela é pequena e discreta, mas não se engane: possui o maior genoma do mundo.

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    Cientistas do Institut Botànic de Barcelona, na Espanha, e do Jardim Botânico Real de Kew, no Reino Unido, descreveram o ser vivo que carrega o recorde do maior genoma já encontrado em todo o mundo: uma pequena planta do tipo samambaia, chamada Tmesipteris oblanceolata. O artigo descrevendo o achado foi publicado na revista iScience.

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    As células da Tmesipteris oblanceolata carregam chocantes 160 bilhões de pares de base, os bloquinhos que constroem as fitas de DNA. Isso é 7% mais do que o genoma que até então era considerado o maior: o da planta japonesa Paris japonica, que carregava o recorde desde 2010 com seus 150 bilhões de pares de bases. Saindo das plantas, o animal com maior genoma conhecido é o Protopterus aethiopicus, um peixe pulmonado africano, com 133 bilhões de pares de base.

    Em termos de comparação, o genoma humano tem “só” 3 bilhões de pares de base, ou seja, a samambaia recordista tem um genoma 53 vezes maior que o nosso. Se todo esse DNA da planta fosse esticado, a fita resultante passaria dos 100 metros de comprimento.

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    A Tmesipteris oblanceolata é encontrada na Nova Caledônia, um conjunto de ilhas no meio do Oceano Pacífico que pertence à França, e em ilhas vizinhas como Vanuatu. A plantinha, que mede só 15 cm no máximo, faz parte de um gênero de samambaias raro e pouco estudado até então.

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    Pesquisas anteriores já indicavam, porém, que ela poderia estar entre o seleto grupo de plantas que possuem genomas gigantes. Os pesquisadores – que em 2010 já haviam identificado a recordista anterior, Paris japonica – decidiram olhar de perto e confirmaram essa suspeita.

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    Eles coletaram células das folhas da samambaia e isolaram seus núcleos em laboratório – é lá que fica o genoma. Os pesquisadores então recorreram a um método que envolve usar uma tinta florescente que se liga ao DNA analisado e brilha. Assim, conseguiram comparar o brilho resultante da Tmesipteris oblanceolata com o de várias outras espécies de plantas que possuem genoma pequeno, e, analisando essa diferença, calcularam o tamanho da recordista.

    Os pesquisadores se impressionaram com os resultados. Desde 2010, quando eles tinham encontrado a recordista anterior, tentavam quebrar o próprio recorde sem sucesso, o que indica que, possivelmente, a Tmesipteris oblanceolata está próxima do limite máximo de genomas mundo afora.

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    Seres vivos com genomas tão grandes ainda são um mistério para a ciência. Genomas são, em resumo, como livros de receita que as células usam para produzir proteínas. Mas, em qualquer genoma (pequeno ou grande), a maior parte da sequência de pares de base não codifica nenhuma proteína (leia mais aqui).

    Não se sabe por que exatamente algumas espécies possuem tanto DNA assim – possivelmente, o tamanho do genoma não causa nenhuma vantagem ou desvantagem evolutiva para elas, então só continua assim ao longo dos milênios.

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    O que é certo, e você já deve ter notado, é que o tamanho do genoma de uma espécie não tem nada a ver com o tamanho do ser vivo ou com sua complexidade.

    Para tentar entender o mistério dos DNAzões, o ideal seria sequenciar todo esse material genético e analisá-lo com calma. Mas a ciência ainda não tem um método que faça isso com facilidade para um genoma tão grande. Até hoje, o maior genoma animal já sequenciado pertence ao do peixe-pulmonado-australiano, com 43 bilhões de pares de bases (a planta, vale lembrar, tem 160 bi). Analisar os genes dele foi importante para entendermos como foi a origem dos animais terrestres, como explicamos aqui.

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