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Expedição encontra plástico no ponto mais fundo dos oceanos já visitado

Ao descer 10.972 metros na Fossa das Marianas, um explorador americano viu de tudo: rochas com cor única, possíveis novas espécies e, quem diria, embalagens

Por Guilherme Eler
Atualizado em 14 Maio 2019, 11h27 - Publicado em 13 Maio 2019, 20h03

O empresário e explorador americano Victor Vescovo quebrou o recorde de mergulho solo mais profundo da história. Ele percorreu, ao todo, 10.972 metros oceano abaixo, ao longo da depressão Challenger. Localizada na Fossa das Marianas, um buracão gigantesco no meio do Oceano Pacífico, a Challenger é tida como o maior abismo da Terra, e tem pouco mais de 11 quilômetros de profundidade no seu ponto mais fundo.

O recorde de profundidade anterior pertencia ao cineasta canadense James Cameron – sim, aquele que filmou Titanic e Avatar. Em 2012, ele desceu sozinho uma distância 11 metros menor que a percorrida por Vescovo.

A descida mais recente foi feita à bordo de um submersível de nome curioso: The Limiting Factor (do inglês, “o fator limitante”). Veículos do tipo são construídos para aguentar a alta pressão das zonas mais baixas do oceano, que pode chegar a 1.000 bar – unidade de medida para pressão. Para imaginar o que isso significa na prática, basta pensar que esta é a força que uma pessoa sentiria se fosse esmagada por 50 aviões a jato empilhados.

Vescovo permaneceu no fundo do mar explorando por cerca de quatro horas. Além de coletar amostras de solo do fundo do oceano, a trajetória também permitiu que a missão flagrasse coisas interessantes – como rochas de coloração única, provavelmente alteradas pela presença de colônias de micróbios.

O explorador acredita, também, que o mergulho tenha rendido a descoberta de quatro possíveis novas espécies de seres marinhos jamais descritos. Entre elas, crustáceos, um verme marinho e um peixe rosado da família liparidae. Para a vergonha da humanidade, estavam por lá itens bastante conhecidos: uma sacola plástica e uma embalagem de doce. Ou seja: a obsessão humana por plástico, capaz de criar ilhas marinhas de lixo, atingiu também o ponto mais inferior dos oceanos.

“Eu vasculhei o fundo do mar à procura de formas de vida diferentes, formações geológicas únicas, objetos feitos por humanos – e sim, tentei descobrir se existia um ponto ainda mais profundo do que aquele descrito na década de 1960”, disse Vescovo, à CNN.

O primeiro mergulho com a missão de explorar a depressão Challenger aconteceu em 1960. Quem conduziu o feito foram Don Walsh, tenente da marinha americana e o engenheiro suíço Jacques Piccard. Depois de James Cameron repetir a missão mais de 50 anos depois, Vescovo se tornou o terceiro nome da história a atingir o ponto mais fundo dos oceanos.

A expedição faz parte de uma aventura pelos pontos mais profundos da Terra, a Five Deeps Expedition. Ela está sendo filmada pelo canal de TV por assinatura Discovery Channel e deve render uma série, proposta para estrear ainda em 2019.

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