Fábrica de elementos químicos
É possível construir um átomo e criar elementos novos, que não existem na natureza? Confira.
É possível construir um átomo?
Sim. É facílimo. Quer dizer, desde que você tenha à mão um acelerador de partículas – um aparelho enorme usado pelos cientistas para fazer os átomos baterem uns nos outros a uma velocidade muito próxima à da luz. Para criar um elemento químico qualquer, basta jogar dois átomos diferentes num acelerador, um de encontro ao outro. A pancada fará com que o núcleo desses átomos se fundam. Como os elementos químicos se caracterizam pelo número de prótons no núcleo, o resultado da fusão é um terceiro tipo de átomo. Por exemplo, fundindo o núcleo do carbono (que tem doze prótons) com o do oxigênio (que tem dezesseis prótons) obtém-se o silício, de 28 prótons (veja o infográfico).
A fusão também é utilizada para criar elementos novos, que não existem na natureza. “Na tabela periódica há um grupo de elementos artificiais, como o einstênio, que tem 99 prótons”, diz o físico Dirceu Pereira, do Instituto de Física Nuclear da Universidade de São Paulo. O problema é que os átomos obtidos por fusão nuclear acumulam tanta energia que seus núcleos ficam instáveis e começam a perder partículas – tornam-se, portanto, radioativos. Alguns se estabilizam bem depressa. Outros, como o plutônio-239 e o césio-137, levam milhares de anos emitindo radiação.
Mistura quente
Colisão entre átomos forma um novo elemento.
1. Num acelerador de partículas, um átomo de oxigênio-16 é bombardeado por um de carbono-12 a uma velocidade de 290 000 quilômetros por segundo.
2. O resultado da pancada é um terceiro elemento, o silício, que tem 28 prótons no seu núcleo – a soma dos prótons do carbono com os do oxigênio.
3. Como a fusão requer muita energia, o átomo recém-formado é muito quente e instável. Ele pode deixar escapar de seu núcleo um próton, transformando-se em um outro elemento – o alumínio-27.