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Fugir para estes lugares é sua melhor chance de sobreviver a uma pandemia

Pesquisadores avaliaram quais seriam as melhores porções de terra para se abrigar caso um surto se torne incontrolável.

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 4 out 2019, 17h29 - Publicado em 4 out 2019, 15h37

Você conhece a história. Vários filmes sci-fi apocalípticos já exploraram esse enredo, com uma ou outra variação aqui e ali. A ideia básica costuma ser a mesma: uma doença mortífera transmitida por algum micróbio que se espalha rapidamente pelo planeta coloca em risco a existência de toda a humanidade. Pode parecer mera distopia. Mas acredite, a ameaça de uma pandemia global é real. E não falta quem estude a questão a sério.

Em um estudo recente publicado no periódico Risk Analysis, cientistas da Nova Zelândia desenvolveram um método para calcular quais seriam os lugares mais seguros para se estar caso o surto de alguma terrível moléstia se alastre mundo afora. Não por acaso, os melhores refúgios em um eventual apocalipse infeccioso são os países insulares — porções de terra cercadas pelo oceano e completamente apartadas das massas continentais.

Vale ressaltar, contudo, que não serve qualquer região insular. Os pesquisadores da Universidade de Otago em Wellington e de um grupo de pesquisa independente chamado Adapt Research avaliaram nações que poderiam, ao mesmo tempo, isolar seus habitantes da peste lá fora e, de quebra, oferecer as condições para que os derradeiros representantes da espécie humana possam repovoar o planeta Terra após a catástrofe.

Dessa forma, a tal região insular não precisa ser necessariamente uma ilha. Pode ser até uma porção de terra de dimensões continentais, como a Austrália, ou um lugar hiperpovoado, caso do Japão. O lance é não haver ligação por terra com o resto do mundo. Obviamente, um vírus mortal pode alcançar uma ilha, ou a Austrália, da mesma forma como os Rolling Stones chegam ali: de avião. Mas, na rara hipótese de que o bichinho assassino não tenha atingido o lugar, ainda haveria a hipótese de encerrar todos os voos comerciais (e não-comerciais) também, além de impedir a chegada de navios.

Se tudo der certo, e o lugar estiver livre do vírus aterrorizante, a região ainda deve obedecer um critério para entrar na lista, de acordo com os persquisadores: possuir um grau relativo de autosuficiência – por exemplo: ser capaz de produzir sozinho sua energia e sua comida. Por conta disso, lugares como a árida Ilha de Páscoa e a pequena Fernando de Noronha (sorry globais) ficam de fora.

Para facilitar nesse quesito, os pesquisadores tiraram da lista qualquer lugar que não fosse um país soberano reconhecido pela ONU. E ficam no topo do ranking os países que, além do isolamento e da autosuficência, também sejam desenvolvidos e estáveis o bastante para permitir o renascimento da civilização.

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No final das contas, os cientistas consolidaram uma lista dos 20 países mais promissores e deram notas em uma escala de 0 a 1. Nas primeiras posições do ranking ficaram a Austrália (0,71), a Nova Zelândia (0,68) e a Islândia (0,64).

Logo em seguida, outras zonas de contenção insulares que pontuaram menos de 0,5 foram Japão, Barbados, Cuba, Fiji e Jamaica.

Quanto mais isolado, melhor. No caso do Japão, o artigo explica que a pontuação baixa foi devido à proximidade de poucas dezenas de kms da Rússia, e Malta depende muito da importação de comida e de energia. Vulnerabilidade a desastres naturais e falta de infraestrutura prejudicaram países como as Ilhas Maurício, as Filipinas, as Ilhas Salomão e Vanuatu.

O artigo também aponta o porquê de a Austrália ter vencido. No caso, o status continental não importa muito, já que geograficamente ela é uma ilha com isolamento seguro das grandes massas continentais. Pelo contrário, até ajuda. A Austrália lidera o ranking por produzir domesticamente 482% da energia que consome, e dez vezes mais comida do que as necessidades de sua população.

Por fim, os autores também ponderam sobre a necessidade de refinar alguns aspectos da pesquisa. Se a calamidade se arrastar por algumas décadas, será preciso levar em conta os efeitos das mudanças climáticas. Territórios insulares como Nova Zelândia, Tasmânia, mesmo Islândia e Groenlândia podem se sair melhor que a Austrália em um mundo mais quente.

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“É como uma apólice de seguros”, compara Nick Wilson, co-autor do estudo e pesquisador do departamento de saúde pública da Universidade de Otago. “Você espera nunca ter de usá-la, mas se o desastre vier, a estratégia precisa estar posta antes da hora.” 

Então está avisado: se um micróbio mortífero se alastrar, ou em caso de apocalipse zumbi, arrume suas tralhas e fuja imediatamente para um dos países aqui embaixo, antes que fechem as fronteiras 😉

1. Austrália (0,71)

2. Nova Zelândia (0,68)

3. Islândia (0,64)

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4. Malta (0,47)

5. Japão (0,46)

6. Cabo verde (0,45)

7. Bahamas (0,42)

8. Trindad e Tobago (0,42)

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9. Barbados (0,41)

10. Madagascar (0,41)

11. Cuba (0,41)

12. Ilhas Maurício (0,40)

13. Fiji (0,39)

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14. Maldivas (0,39)

15. Sri Lanka (0,38)

16. Comoros (0,36)

17. Ilhas Salomão (0,35)

18. Jamaica (0,34)

19. Filipinas (0,34)

20. Vanuatu (0,34)

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