Um dos clichês da Guerra Fria (1945-1989) era que os arsenais de EUA e URSS eram capazes de destruir a civilização várias vezes. Cientistas dos dois lados, entre eles o popular astrônomo Carl Sagan, já falecido, reforçavam as previsões catastróficas. Acontece que o pessoal exagerou um pouco: para varrer os vestígios do homem seriam necessárias 1,3 milhão de bombas-padrão atuais, com raio de destruição de 15 km2. Mesmo no auge da Guerra Fria, nunca houve mais que 5% do necessário (ver quadro abaixo).
Claro, dá para fazer um baita estrago: o arsenal atual dá bem para aniquilar as 100 maiores regiões metropolitanas do mundo. Ainda assim, restariam 19,1 milhões de km2 habitados por humanos. Sem falar que as pessoas provavelmente ocupariam novas áreas, que muitas se esconderiam em abrigos e que os ataques iriam dificultar a produção de novas bombas.
Então, não temos que temer um apocalipse nuclear total, é só fugir para o mato? Bem, algumas previsões dizem que 50 bombinhas como as de Hiroshima produziriam fumaça suficiente para ocultar a luz do Sol por meses, talvez anos. É um cenário que os cientistas chamam de inverno nuclear, mas que perdeu pontos quando os poços de petróleo em chamas da Guerra do Golfo (1991) não esfriaram o planeta. Cá entre nós, tomara que nunca precisemos saber quem está certo nessa história.
Felizmente, insuficiente
Poder de destruição das potências nucleares, em km²
COREIA DO NORTE + ÍNDIA + PAQUISTÃO + CHINA + ISRAEL + REINO UNIDO + FRANÇA = 15 MIL KM2
EUA – 150 MIL KM2
RÚSSIA -195 MIL KM2
TOTAL DO MUNDO EM 1985 – 975 MIL KM2
TOTAL DO MUNDO EM 2000 – 500 MIL KM2
TOTAL DO MUNDO EM 2009 – 360 MIL KM2
SUPERFÍCIE HABITADA – 19,5 MILHÕES DE KM2