Sérgio Gwercman, diretor de redação
Um novo presidente provavelmente estará eleito quando você ler este texto. Daqui da metade de outubro não dá para saber se vai ser o Serra ou a Dilma. Confio que a escolha que você fizer será a melhor. Mas, para qualquer que seja o eleito, eu tenho o mesmo pedido: invista nos cérebros, presidente. Faça do desenvolvimento de um exército brasileiro de nerds prioridade. Aquele pessoal que gosta de números, os crânios e CDFs – é deles que estou falando. Porque, se o Brasil realmente quer mudar de patamar e entrar para o clube dos países ricos, precisamos de mais cabeças para nos ajudar a recolher o ouro que está do outro lado desse arco-íris.
Estatísticos, engenheiros, programadores de software, há vagas para todos. Os números apresentados por Alexandre Versignassi na pág. 23 dão a ideia do tamanho do enrosco: o país está às portas de um apagão de engenheiros. Mas a cada ano forma mais músicos do que mecatrônicos, mais psicólogos do que engenheiros elétricos. É claro que um presidente não escolhe a carreira dos jovens. Há uma questão cultural a resolver: mais brasileiros gostam das ciências humanas do que das exatas. Mas é exatamente para resolver questões culturais que serve o líder de um país.
E por que isso é tão importante? Porque não é só o Brasil que está mudando – é o mundo inteiro. E nesse novo mundo vai se dar bem quem tiver mais capacidade de inovar, executar a inovação, depois inovar de novo e executar mais e mais. Na página 82, a repórter Juliana de Faria mostra como essa realidade já transformou o mundo da moda. E, na página 68, Felipe van Deursen conta o relato de quem passou 3 meses caindo em todos os golpes da internet. Porque a verdade é esta: daqui em diante, até para ser escroque o sujeito terá que ser um pouco nerd.
Um grande abraço.