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Maior abelha do mundo é encontrada depois de 40 anos desaparecida

O inseto, quatro vezes maior que uma abelha comum, foi localizado em uma floresta na Indonésia. Ele não era visto desde 1981.

Por Rafael Battaglia
21 fev 2019, 19h26
abelha-gigante2
(Clay Bolt/Reprodução)

O que você faria se uma abelha como a da imagem acima pousasse no seu refrigerante? Certamente, espantá-la despretensiosamente talvez não seja a atitude mais correta (e segura). E se te falarem que ela possui mandíbulas, mede 6 centímetros e é quatro vezes maior que uma abelha comum? É, melhor nem arriscar.

O inseto em questão é a abelha gigante de Wallace (Megachile pluto), a maior entre as espécies de abelha conhecidas e que foi redescoberta recentemente por um grupo de pesquisadores. “Redescoberta” porque ela não era vista por cientistas há quase quatro décadas. O último registro da sua aparição data de 1981, 38 anos atrás.

Uma fêmea da espécie foi achada nas florestas da Indonésia, nas ilhas de Molucas do Norte, um arquipélago localizado no nordeste do país, próximo ao sul das Filipinas. O nome da abelha veio do explorador britânico Alfred Russel Wallace, que a descobriu durante uma viagem para esta mesma região.

“Um grande inseto parecido com uma vespa preta e com imensas mandíbulas, assim como um besouro veado”. A descrição, que mais parece a de um monstro de filme de terror dos anos 1930, foi o relato de Wallace sobre a abelha, em 1858. Além dos animais que encontrou, o explorador é lembrado por ter formulado a teoria da seleção natural quase que ao mesmo tempo que Charles Darwin.

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Caçadores de abelhas

As primeiras imagens da abelha gigante vieram do fotógrafo de natureza Clay Bolt, que junto a Eli Wyman, entomologista do Museu Americano de História Natural, deram início à caçada em busca do animal.

“Não tínhamos certeza de como faríamos isso”, disse Bolt ao site Earther. “Mas decidimos que tínhamos que ir para lá, tanto para documentá-la quanto para entrar em contato com moradores locais que poderiam começar a trabalhar conosco para tentar descobrir como proteger a abelha”.

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Junto com outros pesquisadores, eles começaram a organizar uma viagem para a Indonésia. No meio do planejamento, Bolt conseguiu incluir a abelha na lista de “mais procurados” de um projeto de busca por espécies desaparecidas da Global Wildlife Conservation, que financia expedições do tipo.

A história da redescoberta é digna de ficção. Foi só no quinto e último dia de jornada, depois de muito procurar e quase desistir, que o guia local encontrou um ninho com uma fêmea da abelha Wallace, conhecida por lá como “Raja ofu”, ou “a rainha das abelhas” – os machos possuem só metade do tamanho delas e não têm mandíbulas.

Ao contrário das abelhas comuns, que constroem colmeias e assumem uma postura defensiva diante de uma ameaça (quem já foi picado por uma que o diga), suas primas gigantes são, geralmente, mais tranquilas. Elas preferem viver sozinhas, e as mandíbulas, na verdade, servem mais para levar pedaços de resina para o seu ninho, que elas constroem dentro de cupinzeiros.

De acordo com os pesquisadores, o próximo passo é trabalhar com biólogos indonésios e grupos de conservação locais para desenvolver maneiras eficazes de proteção para a abelha.

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