Leandro Narloch
Mais de 24 mil mortos, 940 mil casas destruídas, 800 bilhões de dólares de prejuízo. O terremoto com esses números ainda não aconteceu, mas os japoneses prevêem o tamanho do estrago. Se o ritmo de abalos da região se mantiver na média histórica, uma grande chacoalhada deve acontecer ainda neste século. Para deixar os números menores, o governo japonês construiu uma arma importante: o maior simulador de terremotos do mundo.
Inaugurado em 2005, mas funcionando pra valer só este ano, o E-Defense é uma espécie de “mesa” de 300 metros quadrados capaz de suportar construções com até 1500 toneladas. Catorze braços hidráulicos embaixo e outros 10 instalados nas laterais fazem a estrutura se mexer, com casas e sobrados em cima, até meio metro de altura e 1 metro para os lados. O efeito é muito maior que a média calculada pela escala Richter.
Normalmente, construções americanas e japonesas à prova de terremotos são testadas com miniaturas ou por meio de programas de computador. Como elas não são 100% confiáveis, nada melhor que a possibilidade de testar construções e sistemas de infra-estrutura no tamanho real e sofrendo impactos com a mesma força de terremotos de verdade. “Precisávamos medir o efeito real de um terremoto”, afirma o sismólogo Masayoshi Nakashima, diretor do E-Defense. O simulador será usado principalmente para testar a resistência de casas de madeira, comuns no Japão, e pesquisar meios de fortalecer a estrutura de casas construídas sem a preocupação com os tremores. Além de botar à prova desenhos leves, arrojados e mesmo assim seguros.
O E-Defense está instalado em Miki, perto da cidade de Kobe, onde, em 1995, 6 mil pessoas morreram depois de tremor tido como o pior nos 70 anos anteriores. Os sismólogos acreditam que o lugar mais provável para o próximo grande tremor é ao redor da baía de Suruga, na costa japonesa do Pacífico. Mas ninguém tem certeza. Ele pode acontecer em qualquer lugar do país.
A ciência em números
O mercado de ratos de laboratório
• 25 milhões de ratos viram cobaias nos laboratórios do mundo a cada ano. Eles vivem em ambiente climatizado e livre de germes e só comem ração esterilizada.
• 2 850 linhagens de camundongos são fornecidas pelo Laboratório Jackson, o principal criador de animais para pesquisas científicas nos EUA.
• R$ 5 é o preço básico de um rato de laboratório usado pelos pesquisadores brasileiros que têm permissão para fazer testes em animais.
• US$ 250 é quanto se paga para adquirir 3 ratinhos cegos. Caro? Pois esse é quase o mesmo preço de um só rato criado para desenvolver artrite.
• US$ 100 mil custa um camundongo geneticamente modificado, inclusive com genes humanos, para estudos do sistema imunológico ou do câncer de mama.