Marte está fazendo um movimento que intrigou sábios e astrônomos durante séculos. Desde o início do ano, ele está caminhando na contramão do movimento dos demais planetas, do Sol e da Lua – ou seja, de leste para oeste, em relação às estrelas. No dia 25, parece que ele estaciona no céu e depois volta a andar, desta vez de oeste para leste. É como se Marte desse um abraço na constelação de Leão (veja ilustração abaixo). Na verdade, tudo é ilusão. A Terra, que está mais perto do Sol, gira mais rápido e ultrapassa Marte. É o mesmo que acontece quando estamos num carro que passa por outro. Preste atenção e você vai reparar que, nesse momento, o veículo ultrapassado parece estar andando para trás em relação à paisagem de fundo. A ilusão só se desfaz quando nosso carro se afasta: aí se percebe que o outro está se movendo para a frente. No caso dos planetas, Marte faz o papel do carro ultrapassado e a paisagem de fundo são as estrelas, muito distantes.
Marte é mais brilhante e maior na fase em que parece andar de marcha a ré porque, nesse movimento que acontece a cada dois anos – ele está mais próximo da Terra. Esse tipo de laçada ocorre também na trajetória dos planetas que estão além de Marte: Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. Hoje em dia, que sabemos que a Terra gira em torno do Sol, essa impressão de que eles de repente começam a andar para trás tem uma explicação muito simples. Mas, no tempo em que se pensava que a Terra era o centro do Universo, isso era uma grande dor de cabeça para os astrônomos.