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Memória armazena dez vezes mais informações do que se imaginava

Pois é: operamos na escala petabyte. Todo o conteúdo da internet poderia ser armazenado no nosso cérebro.

Por Camila Almeida
Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 22 jan 2016, 13h00

Imagine conseguir colocar na sua memória tanto conteúdo quanto existe na internet inteira. Aparentemente, nosso HD natural tem, sim, essa capacidade de armazenamento. Pesquisadores do Instituto Salk, especializado em pesquisas biológicos descobriram que, na verdade, nossa memória pode acumular 10 vezes mais informações do que se previa antes – e essa estimativa é considerada conservadora. 

É um tanto difícil entender como foi feita essa descoberta, afinal, as sinapses ainda escondem vários mistérios. Mas, vamos lá: nossas memórias e pensamentos são o resultado de atividades elétricas e químicas no nosso cérebro. Pense que nossos neurônios são fios elétricos, que precisam transmitir uma corrente. Um fio de saída se conecta a um fio de entrada e as mensagens, que são conduzidas na forma de neurotransmissores, viajam por meio das sinapses, que é justamente essa transmissão de impulsos elétricos. Cada neurônio pode ter milhares de sinapses com milhares de outros neurônios.

O ponto é que sinapses maiores – com mais área de contato entre os neurônios – são mais fortes, tornando-as mais propensas a despejar informações também nos neurônios que estão em volta. E mais: os pesquisadores notaram, reconstruindo em 3D o hipocampo de um rato – área responsável pela memória – que, em alguns casos, um único axônio é capaz de gerar duas sinapses para o neurônio seguinte. Isso acontecia em cerca de 10% dos casos analisados.

No início, os pesquisadores nem deram muita bola para essas informações que pareciam correr duplicadas. Mas ficaram curiosos: e se conseguissem medir as diferenças entre essas duas sinapses muito parecidas? Para isso, usaram microscopia avançada e algoritmos computacionais que eles tinham desenvolvido e reconstruíram a conectividade, as formas, os volumes e a área de superfície do tecido cerebral em um nível nanomolecular.

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O que eles descobriram é que a diferença de tamanho entre os pares de sinapse variavam entre 8 e 10%. Como a capacidade de memória dos neurônios depende do tamanho da sinapse que eles conseguem fazer, os pesquisadores perceberam que conseguiriam medir a quantidade de informações armazenadas nessas conexões sinápticas. Acabaram descobrindo que podem existir cerca de 26 tamanhos possíveis de sinapses, o que aumentaria em pelo menos 10 vezes a capacidade de armazenamento da memória cerebral – com gastos irrisórios de energia, já que as sinapses mais fortes, inclusive, “esborram” informações para os neurônios vizinhos. 

Esse resultado explica a eficiência surpreendente do cérebro, e pode ajudar cientistas da computação a construir supercomputadores com capacidade profunda de armazenamento e técnicas de aprendizado e análise mais sofisticadas, além de supereficientes em termos energéticos.

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