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Metade da Grande Barreira de Corais foi destruída nos últimos 25 anos

Estudo questiona chances de o ecossistema australiano se recuperar algum dia dos estragos causados pelo aquecimento global.

Por Bruno Carbinatto
20 out 2020, 19h16

A Grande Barreira de Corais, um enorme recife localizado no mar da Austrália, foi por muito tempo sinônimo de um ecossistema diverso e rico em vida. Mas um novo estudo revelou um dado preocupante: desde 1995, mais da metade dos corais que vivem ali morreu – e o maior culpado é o aquecimento das águas causado pelas mudanças climáticas.

Os resultados são de pesquisadores australianos que analisaram as populações de corais entre 1995 e 2017. Eles constataram que, nessas três décadas, houve perdas em todos os níveis – corais grandes, médios e pequenos, em todos os 2.300 quilômetros de extensão da barreira.

“O declínio ocorreu tanto em águas rasas como em profundas, e em praticamente todas as espécies”, explica Terry Hughes, um dos autores do estudo, em comunicado. Segundo ele, as temperaturas recordes registradas em 2016 e 2017 resultaram em eventos de branqueamento em massa dos corais. Branqueamento é nada além do processo de morte desses organismos, em que as algas coloridas que vivem nos corais desaparecer e só sobram seus esqueletos de calcário esbranquiçados (por isso o nome).

O problema é ainda maior se considerarmos que os corais em si não são os únicos afetados – os recifes atraem uma grande biodiversidade de animais marinhos e abrigam peixes, moluscos e outros animais, que perdem seus habitats quando a base do ecossistema morre. Além disso, os dados do estudo não incluíram os anos após de 2017, e, em março de 2020, um outro evento de branqueamento em massa foi registrado por cientistas.

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Sistemas de corais que morreram podem se recuperar após anos ou décadas se as condições voltarem a ser favoráveis, mas a equipe levantou preocupações sobre essa possibilidade quanto à Grande Barreira especialmente porque muitos corais grandes morreram nos últimos anos – o que pode causar um efeito cascata de destruição, já que sustentam a maior parte dos outros organismos, assim como a perda de florestas antigas com árvores maiores é especialmente preocupante.

“Uma população de corais tem milhões de pequenos corais bebês, assim como muitos corais grandes – que são as grandes ‘mamães’ que produzem a maioria das larvas”, explica Andy Dietzel, outro dos autores. “Nossos resultados mostram que a capacidade da Grande Barreira de Corais de se recuperar está comprometida em comparação com o passado, porque há menos bebês e menos adultos reprodutores.”

Apesar de ser um famoso e importante ecossistema, tão relevante a ponto de ser considerado um Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a Grande Barreira de Corais não costumava ser monitorada tão de perto para verificar o impacto das ações humanas – recebendo, historicamente, menos atenção que as florestas tropicais, por exemplo.

“Costumávamos pensar que a Grande Barreira de Corais estaria protegida por seu enorme tamanho – mas nossos resultados mostram que mesmo o maior e relativamente bem preservado sistema de recifes do mundo está cada vez mais comprometido e em declínio”, diz Hughes. “Não há tempo a perder. Devemos reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa o mais rápido possível.”

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