Não é justo lembrar das bactérias só por causa das doenças que causam: elas, atual-mente, fazem de quase tudo para tornar a nossa vida mais agradável. E uma coisa que fazem cada vez melhor é comer lixo. Petróleo, plásticos, resíduos industriais, in-seticidas — a lista cresce a cada dia. É natural, já que as bactérias foram os primeiros seres do planeta. Compõem-se de uma única célula e rapidamente aprendem a extrair energia e nutrientes a partir das mais variadas substâncias.
As comedoras de petróleo estão entre as mais eficientes lixeiras. Pertencentes ao gênero Pseudomonas, elas podem limpar a borra dos tanques nos superpetroleiros, uma imundície que antes se bombeava ao mar. Ou então eliminar vazamentos acidentais desses navios. Recentemente, as bactérias devoraram uma gigantesca mancha de pe tróleo, deixada nas costas do Alasca pelo navio Exxon-Valdez, em 1989. O óleo se degradaria naturalmente, mas os micróbios fizeram o serviço num tempo quatro vezes menor, duas semanas.
Mas as bactérias que estão causando maior sensação pertencem aos gêneros Citrobacter e Desulphovibrio. Elas não comem, mas absorvem metais altamente tóxicos dos rios e lagoas. Agem como esponjas, acumulando metais em sua membrana. Melhor ainda: como todo metal é pelo menos um pouco magnético, os microorganismos podem ser “pescados” das águas por meio de um eletroímã. O eletroímã é arrastado pela água quando se nota que os microorganismos estão repletos de metais venenosos.
Nessa situação, eles parecem cobertos de penugem, ao microscópio. Experiências recentes, na Holanda, mostram que esse método elimina mais de 90% das substâncias perigosas num tanque de água.