O acelerador de partículas voltou – e os animais que o sabotam também
O LHC foi religado para euforia da comunidade científica, mas um bicho novamente danificou a rede elétrica da maior máquina do mundo
Depois de uma pausa durante o inverno, o LHC (Grande Colisor de Hádrons), conhecido por revelar o bóson de Higgs, foi religado no dia 25 de março para entusiasmo (e ansiedade) da comunidade científica. Conhecido por revelar o bóson de Higgs, o acelerador voltou à ativa e promete produzir novos dados sobre bósons, férmions e outras partículas elementares.
No LHC, os cientistas tentaram criar condições semelhantes às que existiam na época do Big Bang em que as partículas são aceleradas ao nível mais alto de energia já atingido. Não à toa, o poder sem precedentes do LHC transformou a física nos últimos anos. Construído pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN) ao longo de 27 km de extensão na fronteira da França com a Suíça, o acelerador de partículas é o maior, mais complexo e mais caro instrumento científico já feito – seu orçamento ultrapassou os US$ 7,5 bilhões. E agora, depois da descoberta da “partícula de Deus”, como o bóson de Higgs ficou conhecido, a expectativa de novos resultados promete justificar ainda mais o investimento – o objetivo para este ano é produzir seis vezes mais colisões de partículas que em 2015, segundo o CERN.
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No entanto, o LHC foi temporariamente desligado na sexta-feira (29/4), por causa de uma fuinha. O animal roeu um cabo de alta tensão de um transformador e levou um choque de mais de 66 mil volts – ela morreu na hora e sobrou pouco do corpo para contar história. Mas o lanchinho da fuinha fez a energia elétrica do acelerador de partículas cair e vai atrasar por alguns dias a coleta de dados do LHC.
Essa não é a primeira vez que bichos atrapalham o experimento – existem, inclusive, teorias que afirmam que os animais tentam impedir a humanidade de descobrir os segredos do Universo. Em 2009, antes mesmo de encontrar o bóson de Higgs, uma pomba se meteu no caminho dos cientistas. Como se não bastasse o atraso inaugural do LHC, que por uma falha na soldagem estreou com mais de um ano de atraso, o pássaro deu uma atrasadinha a mais. Ao sobrevoar o acelerador de partículas, a ave largou um pedaço de pão que atingiu um transformador elétrico e paralisou dois setores da maior máquina do mundo.
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