Recriar em laboratório animais já extintos não é coisa de filme de ficção científica, como se viu em Parque Jurássico, do cineasta Steven Spielberg. Ao menos é o que mostram as pesquisas realizadas nas universidades da Cidade do Cabo e Stellenbosch, na África do Sul. Trata-se da recuperação do código genético do quagga, um eqüino semelhante à zebra, mas listrado só até o lombo e liso na traseira e nas pernas, cujos últimos exemplares desapareceram no século passado. A experiência enfrentou a oposição de alguns cientistas, pois eles achavam que um bicho ressurgido a partir da zebra não teria relação genética real com a espécie original.
Porém, a análise de tecido muscular e de restos de sangue retirados, em 1987, de um exemplar empalhado, revelou a virtual identidade genética do quagga com as zebras, provando que seus genes não estavam extintos, mas diluídos naquela população. Criou-se um programa de seleção e acasalamento que, de acordo com os pesquisadores, produzirá, ao fim de quatro gerações, um quagga tão puro quanto o último, morto no Zoológico de Amsterdã, Holanda, em 1883.