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O que explica a temporada anormal de incêndios na Austrália

Em 2019, país teve seu ano mais quente e seco. A culpa, claro, é do aquecimento global – somado a dois fenômenos climáticos locais.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 10 jan 2020, 20h22 - Publicado em 10 jan 2020, 19h29

Desde novembro de 2019, mais de 100 mil quilômetros quadrados foram consumidos pelo fogo na Austrália. A temporada de queimadas atual, que já é tida como uma das piores das últimas décadas, matou pelo menos 27 pessoas e 1 bilhão de animais, destruiu 2 mil casas e obrigou dezenas de milhares de australianos a deixarem suas cidades.

Grandes centros urbanos como Melbourne, Sydney e a capital, Canberra, sofreram com os efeitos colaterais, sendo cobertas por uma nuvem espessa de fuligem. Acredita-se que, na última semana, a fumaça produzida no país tenha percorrido 12 mil quilômetros e chegado, inclusive, à região sul do Brasil. Dá para ver a movimentação da fumaça na atmosfera nessas imagens divulgadas pela Nasa.

Todos os oito estados ou territórios do país foram atingidos de alguma forma pelas chamas. Os estados de Victoria e Nova Gales do Sul, porém, foram os mais comprometidos, chegando a declarar estado de emergência. Não há chances de que o número de focos diminua por conta própria tão cedo: o verão do hemisfério sul está apenas começando.

Incêndios florestais de grandes proporções e consequências catastróficas são comuns na Austrália nessa época do ano, é verdade. Na temporada de 2010, por exemplo, 173 pessoas morreram por causa dos incêndios – neste gráfico, feito pela BBC, dá para ver a dimensão das perdas materiais e humanas de queimadas anteriores. Mas a tendência é que o recorde não permaneça por muito tempo. O motivo? O aquecimento global.

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A intensidade do fogo nas últimas semanas e o número anormal de focos de incêndio são resultado da seca recorde de 2019: o ano que passou foi o mais quente e seco desde o início do século 20. Ondas de calor que chegaram ao país em dezembro foram a cereja no bolo, fazendo os termômetros passarem dos 40 graus e deixando a vegetação seca – o que facilita a propagação das chamas. No dia 19 de dezembro do ano passado, o país chegou à marca recorde dos 41,9 ºC. A temperatura média da Austrália aumentou mais de 1,5 ºC em comparação à média histórica.

O aumento das temperaturas, no entanto, não contam a história inteira. A intensificação das queimadas na região também diz respeito a eventos climáticos específicos que vêm atravessando a região.

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O principal fenômeno por trás do calor em excesso é o chamado Dipolo do Oceano Índico positivo. Também conhecido como El Niño Índico, o evento aparece quando a temperatura da superfície do oceano está mais quente numa metade do oceano e fria na outra banda. Estima-se que a diferença entre essas temperaturas seja a maior dos últimos 60 anos.

A dinâmica de ventos também tem sua culpa no cartório. Quando o Modo Anular Sul, massa de ar que circunda o continente Antártico, está em sua fase negativa, há maior pressão atmosférica na Austrália. Assim, o clima fica ainda mais seco.

Esse combo climático intensifica o calor e a ausência de chuvas nas porções central e sul da Austrália: com a vegetação mais seca há menos evaporação, e as chamas acabam se alastrando mais rapidamente. Como resultado, a média de chuvas no país em 2019 ficou 40% abaixo do normal. A tendência é que o aumento das temperaturas torne fenômenos como as queimadas ainda mais frequentes e intensos.

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