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O que revelou a necrópsia de um filhote de mamute de 130 mil anos

O espécime mais bem preservado de mamute, apelidado de Yana, foi encontrado na Sibéria após o derretimento do permafrost.

Por Eduardo Lima
8 abr 2025, 16h00

Um filhote de mamute passou os últimos 130 mil anos congelado no permafrost siberiano. Agora, os restos mortais desse bebê pré-histórico, apelidado de Yana, foram examinados de perto por cientistas russos. A necrópsia descobriu mais detalhes sobre o espécime de mamute mais bem preservado já encontrado.

Yana tinha cerca de um ano quando morreu na Sibéria. O fóssil foi revelado em dezembro de 2024, com sua parte da frente do corpo praticamente intacta. Ela parecia um bebê elefante, com tromba pequena e sem pelos longos. Para examinar o espécime único, os cientistas fizeram uma necrópsia, o procedimento médico que examina um cadáver para analisar a causa de morte e possíveis doenças ou ferimentos (o mesmo que autópsia).

A cirurgia durou algumas horas, e aconteceu em março no Museu do Mamute na Universidade Federal do Nordeste da Rússia, na cidade de Yakutsk. A operação foi noticiada pela Agência France-Presse (AFP).

O fóssil de Yana só foi descoberto por causa do clima: o permafrost russo, solo que deveria ficar permanentemente congelado, está derretendo. Foi assim que a carcaça da filhote apareceu. Com esse degelo, a bebê mamute quase saiu rolando ladeira abaixo, não fosse seu traseiro, que continuou preso ao nem-tão-perma-assim-frost.

O que descobriram no exame

Segundo os cientistas que examinaram o animal, os restos mortais de Yana tinham cheiro de terra fermentada e carne (o que não é exatamente uma surpresa). A carcaça tem 1,2 metros de altura até o ombro e pesa cerca de 180 kg.

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A cabeça e o tronco estavam intactos, e os pesquisadores conseguiram localizar as presas de leite da pequena mamute. Sim, de leite: como os dentes humanos, as presas também eram trocadas quando um mamute amadurecia. Além disso, eles também conseguiram identificar os órgãos internos de Yana, em bom estado de preservação.

O estômago estava preservado, junto de partes do trato digestivo. Eles também conseguiram alguns fragmentos do intestino, especialmente do cólon (parte central do intestino grosso), e até coletaram algumas amostras da última refeição de Yana.

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Todas as amostras coletadas ainda não foram analisadas em laboratório. Os cientistas esperam encontrar bactérias raras e uma pintura melhor do ecossistema em que Yana vivia a partir das plantas que ela consumia.

Apesar da necrópsia normalmente servir para determinar a causa de morte de alguma pessoa ou animal, os pesquisadores russos ainda não sabem porque Yana morreu tão jovem. O que dá para ter certeza é que não foi culpa dos Homo sapiens: nossa espécie só chegou na Sibéria há cerca de 30 mil anos.

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