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Os poderes mágicos da língua do seu gato

Ela é melhor do que a mais potente das escovas de cabelo - e pode inspirar produtos para a robótica.

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 dez 2016, 16h10
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Close de uma língua de gato (ALEXIS C. NOEL)

Se você já foi lambido pelo seu gato, deve ter sentido que a língua dele é áspera, igual a um velcro. Olhando de perto, dá para ver que, ao contrário das papilas gustativas humanas – que são redondas e bem molinhas -, as dos gatos são pequenos espinhos pontudos e inclinados, capazes de desfazer qualquer nó nos pelos do bichano. Foi essa habilidade que motivou a engenheira mecânica Alexis Noel, da Georgia Tech, a estudar as lambidas de seu felino. O objetivo é simples: descobrir como reproduzir a mecânica da língua felina e aplicá-la no nosso dia a dia.

Quando o gato se lambe, os espinhos móveis de sua língua se prendem aos nós e emaranhados dos pelos, como se fossem ganchos. Com os movimentos da língua, o felino consegue torcer e girar os nós, o que acaba fazendo com que eles se soltem. Graças ao ângulo das papilas gustativas, os pelos não ficam presos na língua: uma parte é engolida, a outra é cuspida fora.

LEIA: Como os gatos veem o mundo

É isso que a engenheira quer explorar em sua pesquisa. “Uma típica escova de cabelo, por exemplo, tem cerdas retas e sem ponta, o que faz com que uma bola de cabelo sempre fique presa a ela, e precise ser tirada à força depois de um tempo. Mas as cerdas da língua dos gatos são inclinadas e flexíveis, mais fáceis de limpar”, explicou a cientista ao portal Phys. Além disso, quando não estão sendo usados, os espinhos são “guardados”: ficam deitadinhos na língua, o que permite que os pelos que sobram escorreguem das papilas.

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Para explorar melhor esse poder felino, Noel e seu time de engenheiros filmaram as lambidas de diferentes gatos usando câmeras com super zoom e em alta velocidade. Daí, imprimiram em 3D uma língua gigante, com 400% do tamanho normal – e, quando testaram a engenhoca, perceberam que o modelo em 3D funcionava tão bem quanto a língua de verdade. “Tanto a língua quanto o modelo não precisaram ser limpos”, disse a engenheira.

Mas não é só na escova de cabelos que os engenheiros estão focando. Os estudos do grupo podem melhorar a robótica: um dos maiores problemas do campo é que os cientistas ainda não conseguem fazer com que materiais macios (como pele sintética, por exemplo) tenham atrito o suficiente para que um robô seja capaz de pegar coisas lisas sem que elas escorreguem.

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