Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Os primeiros passos rumo a Marte

A viagem tripulada até lá não deve acontecer antes de 2030 e será o maior desafio tecnológico dos próximos 50 anos

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 12 fev 2011, 22h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Se os cientistas tivessem de eleger o maior desafio tecnológico para a 1ª metade do século 21, ele dificilmente fugiria disto: uma viagem tripulada a Marte. São tantas as dificuldades envolvidas nesse projeto que fazem as missões à Lua parecer uma voltinha no quarteirão.

    Publicidade

    Por isso, a viagem não deve acontecer antes da década de 2030 ou 2040. Mas vários projetos conduzidos atualmente em diversas partes do globo procuram identificar as maiores dificuldades ligadas à missão.

    Publicidade

    O mais óbvio desafio numa viagem a Marte é a distância. Levando em conta apenas as órbitas terrestre e marciana, a separação mínima entre os dois mundos é de cerca de 80 milhões de quilômetros. Mas, com as tecnologias hoje disponíveis de propulsão, a rota possível não é essa linha reta de 80 milhões de quilômetros, mas uma diagonal curvada, com cerca de 400 milhões de quilômetros. Sondas não tripuladas levam pouco mais de 8 meses para fazer essa rota até Marte. Uma viagem à Lua, em comparação, leva 3 dias e meio.

    O principal desafio envolvido nessa missão seria proteger os astronautas da radiação solar e cósmica, presente durante todo o trajeto. Mas, mesmo que haja um escudo efetivo contra a radiação, fica a dúvida: pode uma tripulação fazer a jornada marciana, passar algum tempo no planeta vermelho, retornar à Terra em segurança e não enlouquecer, diante de tamanho isolamento?

    Publicidade

    Para descobrir isso, o Instituto de Problemas Biomédicos de Moscou e a Agência Espacial Europeia (ESA) estão conduzindo um experimento chamado Mars-500. Trata-se de uma simulação completa do que seria a viagem a Marte.

    Seis “tripulantes” passariam 520 dias trancafiados nesse ambiente, agindo exatamente como se fossem astronautas a caminho de Marte. A simulação é baseada num projeto real elaborado pela empresa Energia, responsável pela fabricação dos atuais foguetes e naves espaciais russos.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    “O programa de tarefas contém experimentos técnicos, psicológicos, microbiológicos e fisiológicos reais”, afirma Elena Feichtinger, vice-gerente de projeto do Mars-500 para a ESA. “Da tripulação é exigido que opere e monitore os sistemas de suporte de vida, entre outros. Há um ciclo de trabalho de 24 horas estabelecido, em que todos os membros da tripulação estão envolvidos.”

    Para verificar a robustez da simulação, os pesquisadores decidiram executar um teste em menor escala – isolaram uma tripulação durante 105 dias no simulador. Essa rodada inicial, concluída em 14 de julho, trouxe surpresas. Ela mostrou que o isolamento talvez nem seja um problema. Todos os tripulantes relataram que a sensação de passagem do tempo é profundamente alterada pela ausência de referências externas, como o ciclo dia-noite a que estamos acostumados na Terra.

    Publicidade

    “Todos nós temos a sensação de que entramos no módulo apenas 2 ou 3 semanas atrás”, conta em seu diário, após 12 semanas de confinamento, o francês Cyrille Fournier, piloto de avião recrutado pela ESA para participar do projeto como um dos dois tripulantes da agência europeia na simulação.

    Pisando em outro mundo

    Publicidade

    Uma coisa que o Mars-500, ao menos nessa etapa inicial, ainda não fez foi simular como seria trabalhar na superfície de Marte. Mas existe outro grupo que, com apoio da Nasa e de patrocinadores privados, faz já há alguns anos uma série de simulações de como seria a vida dos astronautas no planeta vermelho.

    Continua após a publicidade

    A ong Mars Society financiou a construção de um módulo de pesquisa high tech, com especificações similares às de um veículo de pouso em Marte, no lugar mais parecido com aquele mundo vizinho que conseguiram achar: Devon Island, na região norte do Canadá.

    Quem for levado para lá sem sobreaviso pode mesmo acreditar que está em Marte. O cenário é gélido e árido, com solo rochoso marrom-avermelhado e aparente ausência de animais (aparente porque vez por outra a estação pode receber a visita indesejável de ursos polares).

    Lá, tripulações trabalham exatamente como se estivessem no planeta vermelho – com trajes espaciais e seguindo com precisão a rotina que seria adotada pelos futuros astronautas. É um campo de provas para procedimentos e equipamentos.

    É verdade, ainda falta muito para a condução da primeira viagem tripulada a Marte. Mas é inegável que os primeiros passos já começaram a ser dados.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.