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Partículas mais antigas que o Sistema Solar são encontradas em meteorito

Os grãos pré-molares sobreviveram às altas temperaturas da zona de surgimento do Sol e podem ajudar a compreender esse cenário.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 15 jan 2023, 18h33 - Publicado em 30 jan 2020, 17h19

O meteorito Allende, que caiu na região norte do México em 1969, continua proporcionando descobertas para a ciência. Em uma recente pesquisa, feita na Universidade de Washington (EUA), cientistas descobriram na rocha evidências de um material mais antigo que o próprio Sistema Solar

São grãos pré-molares – uma poeirazinha interestelar que se originou momentos antes do surgimento do Sol. O achado surpreendeu os cientistas, já que, normalmente, tais grãos costumam ser encontrados em meteoritos primitivos. 

Imagem sem texto alternativo (The Planetary Society/Reprodução)

As partículas foram identificadas em uma região específica do meteorito, que recebeu o nome de “Curious Marie”, em homenagem a física Marie Curie. Os pesquisadores tinham à sua disposição 20 microgramas desse pedaço do meteorito, composto por formações, chamadas de inclusões refratárias, ricas em alumínio e cálcio (CAI). 

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Já os grãos são de carboneto de silício pré-molar (SiC). Eles foram identificados a partir de assinaturas isotópicas de gases nobres. Isso significa que os cientistas “marcaram a substância”, ou seja, foram esquentando gradativamente a rocha e medindo a composição dos isótopos (mesmo elemento com diferente número de nêutrons) de neônio liberados. Ao total, separaram 17 diferentes temperaturas, obtendo resultado satisfatório ao final.

“Era lindo quando todos os gases nobres apontavam para a mesma fonte das anomalias”, disse Olga Pravdivtseva, principal autora da pesquisa, se referindo ao SiC. Outros cientistas já haviam tentando a mesma manobra, mas a equipe de Pravdivtseva é a primeira a realizá-la com êxito.

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As altas temperaturas às quais os grãos foram submetidos faz com que sua existência se torne surreal. Tudo aconteceu durante a formação do Sol e do Sistema Solar, em um cenário de concentração escaldante de gás e poeira. 

A pesquisadora acredita que isso pode ajudar na compreensão das condensações dos primeiros materiais sólidos e no entendimento de como era o ambiente por aqui naquela época. Além disso, ter conhecimento dos primeiros objetos formados contribui para a definição exata da idade do Sistema Solar, estimada em 4,57 bilhões de anos.

Vale dizer que outros pequenos grãos que não são de SiC também foram identificados no meteorito, o que resultará em mais pesquisas sobre a nebulosa solar – nuvem de gás relacionada ao surgimento do nosso sistema. 

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