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Pinguins conseguem reconhecer rostos e ‘vozes’ uns dos outros, indica estudo

A habilidade parte de capacidades cognitivas sofisticadas e é encontrada principalmente em mamíferos. Os pinguins africanos são a primeira ave, além dos corvos, a demonstrar esse comportamento.

Por Luisa Costa
13 out 2021, 18h20

Humanos são capazes de reconhecer indivíduos com facilidade, combinando informações de diferentes sentidos – como visão e audição. Esse processo parece banal para nós, mas é raro entre os animais e demanda capacidades cognitivas sofisticadas.

O reconhecimento de outros indivíduos é encontrado principalmente em mamíferos (como leões, cabras, cavalos e macacos). Mas um novo estudo mostrou que pinguins africanos também apresentam essa habilidade – e são a primeira ave, além dos corvos, a demonstrar isso.

Os pinguins africanos (Spheniscus demersus) vivem na costa sudoeste da África, têm cerca de 60 centímetros de comprimento e apresentam manchas em seus peitos que os diferenciam uns dos outros. Os pesquisadores mostraram que essas aves são capazes de se reconhecer a partir da voz e das feições, uma capacidade que teria sido desenvolvida para melhorar a comunicação entre os indivíduos das colônias.

Luigi Baciadonna, pesquisador da Universidade de Torino (Itália) que liderou o estudo, afirma que essa habilidade vem a calhar em um ambiente “desafiador” como os que esses pinguins habitam. Entre rochas e ondas, reconhecer uns aos outros visualmente pode ser difícil. Por outro lado, o barulho do vento e das ondas pode atrapalhar a comunicação vocal entre os indivíduos de uma colônia. “Portanto, a capacidade de integrar identificadores visuais e auditivos pode ser necessária quando uma das pistas não está disponível.”

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Os pesquisadores estudaram dez pinguins que vivem em cativeiro, em um parque italiano chamado Zoomarine. Os animais foram divididos em pares e colocados em um local separado.

Cada par de pinguins permanecia no local por um minuto, até que um dos indivíduos era conduzido para fora por uma porta – ficando além do campo de visão do seu parceiro. Vinte segundos depois, os pesquisadores tocavam, acima da porta, um áudio pré-gravado com um chamado de pinguim. Às vezes, era do pinguim que acabara de deixar o local; às vezes, era um pinguim aleatório da mesma colônia.

Os pesquisadores fizeram o experimento seis vezes com cada pinguim, em seis dias diferentes. Eles perceberam que o pinguim que permanecia no local separado sempre reagia ao chamado olhando para a porta. Mas ele fazia isso duas vezes mais rápido quando o chamado era de um pinguim aleatório, e não daquele que acabara de sair do local.

Segundo o estudo, isso parte de uma quebra de expectativa: os pinguins esperavam escutar um chamado do parceiro que estava no local, em vez de outro indivíduo. Essa surpresa os faria olhar mais rápido à porta.

Esse comportamento indicaria que os pinguins têm uma “imagem mental” uns dos outros, na qual associam imagem e som. E quando o chamado tocado era aleatório, isso entrava em conflito com a lembrança do pinguim que acabara de passar pela porta.

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