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Poluição luminosa está diminuindo a população de peixes-palhaço

Estudo feito na Austrália constatou que a espécie não consegue gerar filhotes na presença de luz artificial - como a presente em áreas costeiras.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 11 jul 2019, 18h11 - Publicado em 11 jul 2019, 18h09

Os peixes-palhaço, famosos por conta do filme Procurando Nemo, vêm enfrentando uma série de problemas para garantir sua sobrevivência. Após o sucesso da animação de 2003 (que teve uma continuação, Procurando Dory, em 2016), houve um aumento de 40% na coleta e venda do peixinho para aquários domésticos.

Além disso, muitos dos corais que servem de “casa” para eles vem passando por um processo de degradação e morte devido às mudanças climáticas. Como se não bastasse, cientistas agora identificaram mais um problema que tem dificultado a vida dos pobres peixinhos: a poluição luminosa.

O excesso de luz à noite prejudica diversos ecossistemas: altera as migrações noturnas das aves, provoca florescimento precoce de algumas plantas, confunde filhotes de tartarugas marinhas que se guiam pela luz da lua. Procurando compreender melhor as consequências que essa luz traz aos ecossistemas aquáticos, pesquisadores da Universidade Flinders (Austrália) resolveram investigar como a reprodução do peixe-palhaço comum (Amphiprion ocellaris) é influenciada pela presença de iluminação artificial.

Publicado no periódico Biology Letters, o estudo chegou a uma conclusão preocupante: os peixes-palhaço não conseguem gerar filhotes quando expostos à luz artificial.

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Para chegar a esse resultado, os pesquisadores analisaram 10 casais da espécie em laboratório. Metade deles experimentou a luz típica de um recife de coral natural – 12 horas de luz e 12 horas de escuridão. Mas a outra metade foi exposta a luz artificial durante a noite, imitando a poluição luminosa de uma cidade costeira. Nos 60 dias seguintes, os pesquisadores averiguaram quantas vezes os peixes desovaram e quantos ovos vingaram.

O resultado foi surpreendente: nenhum peixinho nasceu quando a luz artificial estava presente. Os casais expostos a essa iluminação desovaram normalmente, mas do ovo não saiu nenhum filhote. Assim que os pesquisadores apagaram a luz durante a noite, a taxa de nascimento voltou ao normal – se igualou com a dos peixinhos que não foram expostos a essa luz.

De acordo com Emily Fobert, uma das autoras do estudo, os filhotes só nascem na escuridão porque esse é um período mais seguro, em que há menos predadores. A autora especula que a exposição à luz durante a noite provavelmente é responsável pela supressão dos nascimentos.

De acordo com os pesquisadores, o litoral próximo aos recifes de coral está cada vez mais exposto à iluminação artificial devido ao aumento de construções na costa e ao desenvolvimento de portos e cais. Cruzeiros e hotéis flutuantes também ajudam a propagar essa poluição. Se a situação continuar assim, não apenas Nemo precisará de ajuda. Os outros peixes-palhaço também.

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