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Por que algumas pessoas têm espinhas e outras não?

As espinhas que assombraram sua adolescência são culpa de bactérias com claustrofobia.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
31 out 2016, 13h52

Se você se incomoda com espaços fechados e pouca circulação de ar, não está sozinho. As incontáveis bactérias que cobrem nossa pele também tem claustrofobia – e um novo estudo mostra que essa pode ser a causa raiz da acne.

Espinhas são causadas por bactérias, e todo mundo carrega esses microorganismos no rosto o tempo inteiro; mesmo assim, pelo menos 20% das pessoas conseguem manter a pele de pêssego intacta, para a inveja da maioria.

Os pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego decidiram estudar um tipo específico de bactéria que causa espinhas, a Propionibacterium acnes. Eles usaram ratinhos para os testes – e, entre os roedores, também existia uma parcela grande de sortudos que não sofria com problemas de pele.

O que os cientistas notaram foi que a P. acnes é capaz de conviver tranquilamente na pele. A inflamação só começa quando as bactérias acabam se instalando em buraquinhos apertados e sem ar. Aí começa uma crise de claustrofobia. Se esse cativeiro for oleoso, ainda por cima, as bactérias “surtadas” começam a produzir ácidos graxos loucamente, ativando os mecanismos de defesa das células da vizinhança.

Um exemplo de lugar desse tipo são nossos folículos capilares, apertados e oleosos ao mesmo tempo. Só que os folículos não são iguaizinhos em todos os rostos. A explicação dos cientistas é que as pessoas livres de espinhas têm folículos capilares bem menos sufocantes.

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A tese também ajuda a entender porque quase todos os adolescentes têm espinhas. Nessa fase, o sebo (o óleo que fica nos folículos) é produzido em maiores quantidades. O resultado é que o sebo funciona como combustível para os surtos das bactérias.

LEIA: Quanto mais espinhas você tem hoje, menos rugas terá amanhã

A notícia ruim é que você não pode mudar o design dos seus folículos capilares. A boa é que essa descoberta pode ajudar a desenvolver novos tratamentos para acne, com menos efeitos colaterais que anticoncepcionais ou ácido retinóico (o Roacutan).

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Nossos mecanismos naturais que reduzem inflamações são ótimos, mas os ácidos produzidos pela P. acnes bloqueiam as respostas do corpo. A ideia é tentar inibir a produção dos ácidos graxos ou, no mínimo, neutralizar o efeito que eles têm na pele.

A conclusão dos cientistas é de que também não vale a pena sair matando as P. acnes com antibiótico. Essas bactérias acabam até ajudando na saúde da pele, combatendo a rosácea e a dermatite atópica. É tudo uma questão de evitar o surto claustrofóbico dos bichinhos.

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