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Por que os aparelhos eletrônicos estão errando o horário de verão?

Veja como evitar qualquer problema para o dia 4 de novembro, data de início do novo horário – e da prova do ENEM

Por Rafael Battaglia
1 nov 2018, 19h21

O horário de verão deste ano começa oficialmente no dia 4 de novembro – data que coincide com o primeiro dia de provas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), realizado por milhões de pessoas em todo o Brasil. E daí?

Houve muita confusão em torno disso. Até alguns dias atrás, a pedido do MEC (Ministério da Educação), o início da mudança de horário seria em outra data, para evitar que quem fosse fazer a prova se confundisse. Mas, nas últimas semanas, decisões atrapalhadas do governo e uma porção de erros dos aparelhos eletrônicos tornaram a rotineira tarefa anual de adiantar o relógio uma grande dor de cabeça.

O início da confusão

Tudo começou em dezembro de 2017. Tradicionalmente, a mudança do horário de verão (adotada nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste) ocorre no final de outubro. No entanto, para evitar que isso acontecesse no dia 28, data do segundo turno das eleições, um decreto anunciou, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que em 2018 o horário mudaria no dia 4 de novembro.

Mas, em 27 de setembro deste ano, foi a vez do MEC entrar com um novo pedido: um adiamento do horário de verão, para que ele não acontecesse no mesmo dia do ENEM. De acordo com o órgão, a mudança poderia levar muitas pessoas a perderem a hora e não fazerem o exame.

No início de outubro, o governo federal aprovou o pedido. O horário de verão passaria a valer, então, a partir do dia 18 de novembro. No entanto, no dia 15, o Planalto voltou atrás na decisão, contrariando depoimentos do próprio ministro da EducaçãoRossieli Soares, de que seria uma boa medida.

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O motivo? De acordo com o comunicado oficial, o novo adiantamento foi criticado pelo Ministério de Minas e Energia, que alegou que a mudança não poderia ser atrasada novamente. Além disso, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) alegou que isso prejudicaria mais de 3 milhões de passageiros, obrigando remanejamentos de voos e cronogramas.

A rebelião das máquinas

Quem literalmente “bugou” com esse vai e vem foram os sistemas de aparelhos eletrônicos. No dia 15, antes do anúncio do governo de que o horário de verão se manteria no dia 4 de novembro, usuários da operadora TIM reclamaram nas redes sociais que os seus aparelhos iPhone haviam adiantado o relógio, fazendo com que os alarmes tocassem uma hora antes.

A data coincidiu com o início do horário de verão do ano passado. O problema virou assunto no dia seguinte, mas as confusões não acabaram por aí. Na madrugada do dia 20 para o dia 21, mais aparelhos também adiantaram sozinhos: smartphones, decodificadores de TV e até relógios de rua. Foi tanta gente afetada que o Google registrou um pico de buscas para a pesquisa por “hora certa”.

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De acordo com o site Gizmodo, a razão para o problema pode ter uma explicação: a adaptação automática dos aparelhos segue uma tabela internacional chamada TZ, que possui informações sobre os fusos horários mundo afora. A última atualização do sistema foi feita em janeiro de 2018 e já continha informações sobre o decreto do governo de dezembro do ano passado.

Na hora certa

Apesar da atualização, nem todos os aparelhos estavam com as versões mais recentes da tabela. No dia 30 de outubro, o Google alertou seus usuários que os celulares com sistema operacional Android ainda correm o risco de exibir o horário errado no domingo, dia 4.

O que fazer, então? A recomendação é desligar a mudança automática e trocar manualmente o horário, para garantir que nenhuma falha aconteça. Fazer isso é fácil: basta entrar nas configurações do sistema e procurar o menu de “Data e Hora”.

Depois, basta escolher a opção para desativar a atualização automática e checar se você está colocando a hora (e os alarmes) corretamente. Afinal de contas, ninguém quer virar um dos atrasados do ENEM.

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