PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Queda no número de insetos ameaça causar “colapso na natureza”

Cerca de 40% das espécies de insetos estão ameaçadas de extinção. E isso pode ter consequências sérias para o ecossistema

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 11 fev 2019, 19h46 - Publicado em 11 fev 2019, 19h45

Insetos são, de longe, os animais mais comuns do planeta. Mais de 1,5 milhão de espécies de insetos já foram catalogadas – três vezes mais do que o número de espécies de outros animais somadas. E esse total está longe de representar todos os insetos que, de fato, existem na natureza, mas nunca foram estudados.

Essa abundância pode parecer inabalável – mas está seriamente ameaçada. De acordo com um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Sydney e da Academia Chinesa de Ciências Agrárias (CAAS), os insetos estão perigosamente caminhando para a extinção, o que pode levar a um “colapso catastrófico dos ecossistemas da natureza”.

Para chegar a essas conclusões alarmantes, os cientistas analisaram 73 pesquisas de longo prazo sobre o declínio de insetos ao redor do mundo. Eles concluíram que mais de 40% das espécies de insetos estão sofrendo quedas populacionais em um ritmo constante. O intervalo de tempo que uma espécie de inseto, em média, leva para ser extinta é oito vezes menor do que a dos mamíferos, aves e répteis. Ou seja: elas estão sumindo 8 vezes mais rápido.

Nos últimos 30 anos, a massa total de insetos tem diminuído em uma taxa de 2,5% ao ano. O ritmo é mais acelerado do que parece: se a mesma taxa permanecer por um século, não restará uma única espécie de inseto daqui a meros 100 anos.

O problema, é claro, impacta o ser humano diretamente. É comum enxergar esses bichinhos como pragas, mas a importância ecológica deles é imensurável: além de serem os principais polinizadores da natureza, eles ajudam a fertilizar o solo e mantém a população de certas pragas sob controle. Apesar de subvalorizados em seu papel na cadeia alimentar, eles são a única fonte de alimento para muitos anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Isso sem mencionar as substâncias úteis do dia produzidas por eles, como mel, seda, cera e laca.

Continua após a publicidade

A pesquisa aponta para as causas principais para a queda constante no número de insetos: perda de habitat graças à agricultura intensiva e urbanização; poluição, principalmente por pesticidas e fertilizantes sintéticos; e outros fatores biológicos, incluindo o contato com patógenos e espécies exóticas.

As mudanças climáticas também se destacaram como um dos principais impulsionadores desse problema. O relatório observa como o aumento das temperaturas globais já reduziu as áreas em que libélulas, moscas de pedra e abelhas são capazes de atuar como polinizadoras. À medida que as temperaturas globais continuam subindo, o problema afeta mais as espécies que vivem em regiões tropicais, onde o clima pode rapidamente se tornar intolerável para esses bichos.

Borboletas e mariposas estão entre os insetos mais atingidos – de 733 espécies que voam durante o dia, 85% passarem por declínios significativos desde 1980. Um exemplo que a pesquisa traz é que o número de espécies de borboletas generalizadas diminuiu 58% em terras cultivadas na Inglaterra entre 2000 e 2009.

“A conclusão é clara: a menos que mudemos nossas formas de produzir alimentos, insetos como um todo irão percorrer o caminho da extinção em algumas décadas”, dizem os autores no estudo.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.