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Silvio Santos foi a inspiração para o Dr. Abobrinha, o vilão de “Castelo-Rá-Tim-Bum”

A disputa judicial entre o apresentador e a trupe do Teatro Oficina por um terreno no Bixiga, em São Paulo, é o pano de fundo da criação do personagem

Por Bela Lobato
Atualizado em 20 ago 2024, 22h50 - Publicado em 20 ago 2024, 19h15
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  • À esquerda, Silvio Santos, um idoso, vestindo um uma camisa social e um microfone justaposto ao peito. À direita, a personagem Doutor Abobrinha, vestindo uma camisa colorida xadrez e uma boina.
     (Montagem sobre reprodução (SBT/Divulgação)/Superinteressante)

    Os fãs de Castelo Rá-Tim-Bum, o clássico da TV Cultura exibido originalmente nos anos 1990 (e reprisado desde então), certamente se lembram de Doutor Abobrinha. O vilão da trama é um corretor imobiliário obcecado em comprar o castelo e construir, em seu lugar, um prédio de cem andares.

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    O que pouca gente sabe, porém, é a inspiração inusitada por trás do personagem: ninguém mais ninguém menos do que o apresentador Silvio Santos, que morreu no último sábado (17) aos 93 anos.

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    Na vida real, Silvio passou décadas em disputa por um terreno vizinho ao Teatro Oficina, no bairro Bixiga, em São Paulo. O diretor José Celso Martinez Corrêa (Zé Celso), criador do teatro, se opunha aos planos de Silvio para o terreno de 11 mil metros quadrados: construir um shopping ou três torres residenciais.

    A trupe de teatro sempre defendeu que as construções atrapalhariam o projeto original do teatro, que foi projetado por Lina Bo Bardi e Edson Elito e tem uma grande parede de vidro com vista para o bairro. 

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    Zé Celso lutou para que o terreno fosse transformado em um parque com teatro de arena, mas morreu em 2023, aos 86 anos, sem ver o caso resolvido.

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    Certo, mas o que isso tem a ver com o Castelo Rá-Tim-Bum?

    “Será meu, meu, meu!”

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    Essa história é contada no livro Raios e trovões, em que o jornalista Bruno Capelas conta bastidores da produção do Castelo – um dos programs infanto-juvenis mais importantes da TV brasileira. 

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    O ator que interpretou Doutor Abobrinha, Pascoal da Conceição, fazia parte da trupe do Teatro Oficina e era amigo de Zé Celso. Embora não tenha criado a história do personagem do zero, quando descobriu que Abobrinha era um corretor interessado em comprar um castelo, Conceição deu a ele traços de seu adversário na vida real, Silvio Santos.

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    “Disseram que ele era um cara que queria derrubar o Castelo para fazer um estacionamento e um prédio de cem andares. A-há! Essa história eu já conhecia”, conta Conceição no livro.

    Foi daí que vieram trejeitos efusivos do Dr. Abobrinha, como o tradicional bordão “Um dia esse castelo vai ser meu, meu, meu!”, que ele soltava ao fim de cada plano frustrado.

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    Entretanto, a inspiração não foi intencional, pelo menos de início. No livro, Conceição conta ainda: “Só percebi que tinha feito o Dr. Abobrinha inspirado no Silvio Santos anos depois, quando o Zé Celso me disse. Se você quer entender seu inimigo, tem de amá-lo primeiro.”

    Mesmo anos depois do fim do programa, Conceição ainda se caracteriza de Doutor Abobrinha para participar de protestos contra a especulação imobiliária e em defesa do Plano Diretor da cidade. O seu personagem virou um ícone reconhecível por toda uma geração.

    Pessoas no entorno dos muros de um terreno.
    (Jennifer Glass/Teatro Oficina/Reprodução)

    Mesmo após a morte de Zé Celso e de Silvio, a disputa continua. O terreno foi comprado recentemente pela prefeitura por R$65 milhões e deve virar um parque, mas os vereadores da capital paulista disputam qual vai ser o nome.

    Agora, a Câmara Municipal carrega o legado da disputa: existem pelo menos três propostas de diferentes nomes, duas homenageando Zé Celso e uma homenageando Silvio.

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